Cidade
Bloco Coisinha do Pai de Hulha Negra se prepara para o cinquentenário
A conquista do tricampeonato mundial, na Copa do Mundo de 1970, foi a motivação para um grupo de amigos de Hulha Negra formar o bloco “Paga que eu Bebo” para as comemorações da folia. O nome durou pouco tempo e, já no carnaval de 1979, quando foi lançada a música Coisinha do Pai, da sambista Beth Carvalho, o grupo fazia apresentações e era solicitado que tocassem a canção, e assim foi alterado o nome. O fundador da entidade foi João Djalma Nunes, conhecido pela alcunha popular de Micuin.
Um dos incentivadores e autor de vários sambas do bloco é o atual vice-prefeito de Hulha Negra, Marco Igor Ballejo do Canto. Ele comenta que, aos 16 anos, já participava da entidade. Canto comenta que, depois da formação da entidade, muitos componentes foram embora da cidade. O vice-prefeito, que toca violão, ficou três meses ensaiando e treinando para, na ocasião, voltar ao município e 'puxar' o samba da entidade. “Eu voltava todos os anos para desfilar”, lembrou ele durante entrevista ao Jornal MINUANO.
Quando o bloco completou 30 anos foi gravado um CD, com sete sambas, com composição de Canto, de Jairo Alves, do próprio fundador e de Roberto Costa, que é autor do hino oficial de Hulha Negra. O primeiro samba da entidade foi entoado em 1994. A composição foi de Jairo Alves, com o nome "Oh, nóis aí de novo". Também outros sambas fizeram sucesso, como o "Vou pro Coisinha do Pai" e o que tinha o refrão "tira a cordinha", fazendo alusão a um espaço existente no município em que uma corda separava os brancos dos negros. “A música pedia o fim da discriminação”, recorda Canto.
O vice-prefeito, agora, disse que pretende incentivar um grande evento, em 2021, para comemorar os 50 anos da entidade, até com possibilidade de gravação de um novo CD. Ele conta que o bloco tem batida própria e todos os moradores de Hulha Negra já reconhecem. Canto adianta que, este ano, parte do bloco irá participar do desfile em Porto Alegre, no dia 15 de março. Ele, que também foi um dos fundadores do bloco “Fora da área de cobertura”, da capital gaúcha, criado em 1996, irá com o grupo de hulhanegrenses e a bateria do Coisinha do Pai cantar o samba e prestar a homenagem a um dos blocos mais antigos na atualidade. “Nós vamos este ano e nos 50 anos do Coisinha do Pai e eles virão até Hulha Negra desfilar conosco”, adianta.