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E se você fosse você?

Publicada em 21/02/2020
E se você fosse você? | ELLAS | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler

 

Adriana Di Lorenzo

Psicóloga e Psicoterapeuta Psicanalítica

adridilorenzo@uol.com.br

 

Sempre que entro em férias, levo um certo tempo para desacelerar. O que ajuda a me afastar da agitação, das mensagens que chegam sem horário pelo WhatsApp e outras obrigações é, literalmente, o afastamento da rotina. E ficar em silêncio! Na quietude da alma!

Além disso, aproveito para ficar mais próxima da minha família, para colocar as leituras em dia, assistir a filmes que não tive tempo de assistir durante o ano e assim por diante. E, é claro, também tenho por hábito assistir aos filmes indicados ao Oscar. Tudo isso sem horário, no meu tempo. Isso como regra fundamental para que possa me “desligar” nessa pausa.

O tempo de “não fazer nada”, de dar esse parêntese na rotina, um respiro, é fundamental! Proporciona um encontro. Um encontro com o nosso tempo subjetivo, com quem realmente somos. Abre uma pequena janela para a nossa alma.

Clarice Lispector no poema “Se eu fosse eu”, conta que quando não sabe onde guardou um papel importante, se pergunta: “Se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria?”. A procura do papel torna-se secundária, como ela mesma afirma. O que pega mesmo é o sentido da pergunta. Experimente. Pergunte-se “E se eu fosse eu, como seria? O que eu faria?”

Pergunta difícil. Pergunta constrangedora, como a própria Lispector pontua. Somos quem efetivamente queremos ser? Fazemos o que realmente amamos? Nos relacionamos com quem queremos nos relacionar?

Quando você consegue parar, olhar-se é inevitável. Mas claro, há formas de evitar este confronto – não se desconectar das redes sociais, preocupar-se em demasia com a vida alheia, com a escolha do outro, com quem fez o quê e por que fez. Também vale nessa estratégia, fingir que você não precisa encontrar alguém com quem falar. Alguém que possa entender quem você é um pouco além do que você consegue sozinho. Enfim, são diversas as possibilidades, incluindo, não conseguir parar. Não conseguir tirar férias.

Florbela Espanca, poetisa portuguesa, já nos alertara: “Até agora eu não me conhecia, julgava que era EU e eu não era aquela que em meus versos descrevera tão clara como a fonte e como o dia. Mas que eu não era EU não sabia.” Férias nesse sentido, são bons momentos para discutir consigo mesmo, afinal, eu sou eu? Quando eu não sou eu? Ou quando sou?

Pense nisso! Renda-se! Mergulhe no que conhece e no que não conhece. Só assim poderá descobrir mais sobre você. Só assim poderá escrever seus próprios versos. Não tenha medo, afinal, viver ultrapassa qualquer entendimento! E quando você retornar, quando a rotina retornar, e, se, por acaso, começar a sentir que algo está errado, não hesite. Pergunte-se: “Se eu fosse eu como seria? O que eu faria?” Quem sabe...

 

 

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