Segurança
Ataque à casa de apostas revela atuação de facção em Bagé
Agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco/Bagé) e da Brigada Militar prenderam, na madrugada de ontem, acusados de destruir e incendiar bancas de jogo do bicho como forma de extorquir o proprietário do estabelecimento. O grupo, tratado como criminoso pela polícia, seria comandado por um detento da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).
De acordo com o titular da Draco, delegado Cristiano Ritta, em Bagé, há várias bancas e cada uma com um responsável. “O que aconteceu é que um grupo criminoso estava extorquindo um dos chefes de banca”, contou à reportagem.
Os policiais, revela do delegado, iniciaram a investigação depois que uma vítima relatou que a garagem da sua casa havia sido incendiada, exatamente em função do local funcionar como um ponto de jogo do bicho. No ataque, foi utilizado um Fiat Uno, que havia sido roubado. O automóvel foi incendiado no local, após ser utilizado para arrombar o portão do imóvel. Os criminosos filmaram toda a ação criminosa e divulgaram em grupos de Whatsapp, segundo Ritta, para mostrar a violência com que agem.
A investigação ainda destacou que a ação foi rápida e direta, evitando que outros dois locais fossem incendiados - um deles, nas proximidades da Cohab -, onde dois dos indivíduos foram abordados. Eles estavam trafegando em uma motocicleta com placas adulteradas, menciona o boletim de ocorrência.
Outra equipe de policiais, que monitorava uma residência utilizada pelo grupo, prendeu, em flagrante, outras cinco pessoas. Neste imóvel, foram apreendidas, ainda, 71 pedras de crack embaladas e prontas para venda, uma porção maior para ser fracionada, dinheiro da venda de droga e duas garrafas de gasolina, que seria usada em futuros incêndios.
Ritta ressaltou que essa é segunda vez que a Polícia Civil e a Brigada Militar prendem indivíduos ligados à extorsão de bicheiros em Bagé. Conforme ele, todos eles pertencentes à mesma facção criminosa. “A ação de hoje (ontem) foi possível, mais uma vez, pela integração e inteligência policial. Nos próximos dias, outras pessoas já identificadas serão indiciadas e poderão ser presas. O jogo do bicho é ilegal e a polícia empreende esforços para coibir esta prática”, complementou.
Dentre os indivíduos identificados ontem, dois são adultos e três adolescentes (um deles, especificamente, seria o responsável pelos incêndios). Outros dois usuários de drogas, que estavam no local no momento da prisão, foram identificados e, após, liberados.
Os adultos foram recolhidos ao Presídio Regional de Bagé e responderão por organização criminosa, incêndio criminoso, extorsão, tráfico de drogas, receptação e posse ilegal de arma de fogo. Os adolescentes foram entregues ao Ministério Público, apreendidos.