Candiota
Greve de servidores da CRM, em Candiota, começa na segunda-feira
Publicada em 29/02/2020
Os funcionários da Companhia Riograndense de Mineração (CRM) de Candiota, em Assembleia Geral Extraordinária, realizada quinta-feira, pela manhã, decidiram pela rejeição à uma proposta de reajuste apresentada pela estatal e, ainda, pela deflagração de greve a partir da próxima segunda-feira.
De acordo com o tesoureiro do Sindicato dos Mineiros, Hermelindo Ferreira, a categoria entendeu que os itens constantes na proposta de Acordo Coletivo não atendiam às expectativas dos servidores. Segundo detalhado por ele, a proposta patronal foi rejeitada por uma série de quesitos. "Principalmente por não ter o reajuste do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Nossos salários estão os mesmos de 1º de maio de 2018", alegou ao mencionar que a proposta era para que se mantivessem os vencimentos atuais até 1º de maio, quando começam as negociações de um novo Acordo. "E não para por aí, não contempla o nosso vale-alimentação; o auxílio-creche também não", completou.
Outro tópico relatado é sobre uma cláusula que prevê o pagamento de 12 dias extras de trabalho para funcionários com mais de 10 anos de atuação na estatal, no caso de demissão. "A empresa está ofertando fazer a demissão dos aposentados retirando esses 12 dias. Ou seja, serve para os demais, mas não para os aposentados. Um exemplo de um colega que tem um salário de R$ 4,8 mil e trabalha na empresa há 28 anos. Esses 12 dias representariam R$ 53,7 mil, que estariam cortando da rescisão de dele", detalha ao sustentar que a decisão pela negativa também atendeu ao entendimento coletivo.
A categoria estabeleceu uma linha de negociação. "Decidimos que vamos manter o Acordo atual, que coloque-se o índice de correção de reajustes, do INPC, de 5,8%, de abril de 2018, e se mantenham as demais cláusulas. A proposta deles (CRM) não nos contempla", resumiu.
Funcionamento em 30%
"Manteremos 30% dos setores essenciais, como beneficiamento e a moagem do carvão que vai para a CGTEE, não queremos parar a CGTEE, a deixando desabastecida", comentou o sindicalista, à reportagem do MINUANO. Ele completou, ainda, dizendo que, no caso da mina, a greve não deve ter reflexos expressivos. "Está 92% nas mãos dos terceirizados, então não mudaria muito o cenário", complementou.
Ferreira, por fim, adianta que a CRM já foi notificada da paralisação, que deve iniciar por volta das 8h, no próximo dia 2 de março.
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