Minuano Saúde
Bagé está preparada para o coronavírus?
O Ministério da Saúde confirmou, na quarta-feira passada, o primeiro caso de coronavírus no Brasil, em um paciente de São Paulo. Embora com a confirmação, o Hospital Israelita Albert Einstein, que cuida do caso, diz que não é motivo para pânico.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 80% dos casos são leves e apresentam sintomas parecidos com os de uma gripe comum.
De acordo com a médica pneumologista, Flávia Marzola da Silveira, da Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em Bagé, o Ministério da Saúde tem um comitê de urgência que está montado desde o início do ano, e estes comitês existem nas secretarias estaduais de saúde e nas regionais. “Desde a metade de janeiro já estamos reunidos com os municípios para que os profissionais estejam bem embasados quanto às condutas”, explicou.
Ela ainda destaca que, na próxima semana, os profissionais da Enfermagem serão capacitados para o uso de todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) e para realizarem a coleta de secreção em segurança para o caso de se houver algum caso suspeito. “Existe o telefone do disque vigilância, para que todos coloquem suas dúvidas. O telefone é 150”, completou. Nesta edição, vamos conferir o trabalho que está sendo realizado na Rainha da Fronteira.
Medidas por prevenção
Em Bagé, conforme a coordenadora municipal de Epidemiologia, Sheila Tavares, foi montada uma comissão de parceria de trabalho entre Estado e município, onde foi criado um plano de contingência para o novo Covid- 19, com organização de fluxos. Segundo ela, não há nenhum caso suspeito da doença no município.
A Secretaria Estadual de Saúde já realizou a primeira capacitação para as coordenadorias regionais. A coordenadora vai auxiliar nas capacitações, que devem ser feitas a partir de março, nos municípios que compõem a 7ª Coordenadoria Regional de Saúde (7°CRS). "As enfermeiras da regional já estão monitorando os pacientes em relação ao novo vírus, para que essas pessoas permaneçam em suas cidades quando haja suspeita do Covid-19, não precisando se deslocar até Bagé para realizar a coleta. Cada um desses municípios terá seu próprio plano", disse.
Ainda em relação ao assunto, Sheila acrescenta que qualquer caso suspeito ou alteração de sintomatologia que sejam mais graves ou pacientes que tenham viajado ou tenham tido contado com algum caso suspeito, a coleta e medidas de isolamento serão realizadas imediatamente.
Já a coordenadora municipal de Imunizações, Tatiana Miranda, falou que, com a chegada do inverno, as pessoas se preocupam com resfriados, gripes e infecções respiratórias, porém, atualmente, a atenção é para a epidemia causada pelo novo tipo de coronavírus, originado na China, descoberto no final de dezembro de 2019, mas que já atinge vários países.
Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, os grupos de maior risco são crianças menores de dois anos, gestantes e adultos com 60 anos ou mais. De acordo com a OMS, a maioria das estimativas do período de incubação do Covid-19 varia de um a 14 dias, geralmente em torno de cinco dias.
Em relação à vacina, Tatiana informa que ainda não há uma para esse novo vírus, mas vários países, como Rússia, China e Estados Unidos, já pesquisam uma imunização. "A expectativa da comunidade científica é que os primeiros testes comecem nos próximos dois meses", acrescentou.
A respeito da vacina contra a gripe, a coordenadora de imunizações salienta que essa vacina só protege contra a Influenza. A campanha de vacinação contra a gripe, neste ano, inclusive, será antecipada para o mês de março, em função dos diversos casos do coronavírus e a investigação de mais de casos no país, que vem crescendo nos últimos dias.
Como evitar o coronavírus
A forma mais eficiente de combater a doença, pelo menos até o momento, é por meio da prevenção. Entre as recomendações estão evitar tocar mucosas dos olhos, nariz e boca, além de higienizar as mãos após espirrar, manter ambientes bem ventilados e lavar as mãos com frequência.
Outras orientações são reduzir contato com pessoas que sofrem de infecções inflamatórias, não compartilhar objetos como talheres, pratos e copos. Também é preciso cobrir nariz e boca com lenços descartáveis ao espirrar ou tossir.