Cidade
Comunidade escolar do colégio Martinho Saraiva realiza paralisação em protesto contra a multisseriação
Publicada em 03/03/2020
Uma mobilização organizada por pais e alunos do Colégio Estadual Martinho Saraiva deu início à paralisação das aulas da instituição de ensino até sexta-feira. O objetivo da ação é chamar a atenção da 13ª Coordenadoria Regional de Educação quanto à insatisfação da comunidade escolar pela suspensão de um turno de aulas e conjunção de alunos de diferentes anos em multisseriação.
Pai de duas estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental da escola, o empreendedor digital, Fábio Umpierre, explica que a instituição, que conta 88 alunos de Ensino Fundamental, iniciou o ano letivo com aulas previstas apenas para o turno da manhã. Como a estrutura da escola conta com apenas quatro salas de aula (uma com capacidade para apenas 10 alunos), as turmas de diferentes séries foram reunidas.
Assim, estudantes do 1º, 2 º e 3º ano foram reunidos em uma sala, 4º, 5º em outro, alunos do 6º e 7º anos dividindo espaço, além dos estudantes das séries finais, 8º e 9º, também juntos em um só espaço. "É inviável ter aula assim. Um professor apenas e um quadro para três séries diferentes. Para os alunos é ruim, porque mistura as matérias, e para o professor também, que tem que atender alunos de diferentes séries ao mesmo tempo", destaca Umpierre.
Segundo Umpierre, a alegação para fechamento de um turno foi questão de economia para a 13ª CRE. Contudo, o empresário aponta que o governo está tentando economizar no segmento que mais deveria receber investimentos e atenção. "Não estamos pedindo nada novo na estrutura, nada de computadores ou coisas assim. Queremos apenas o básico: que nossos filhos possam estudar decentemente. É um retrocesso isto que está acontecendo".
Trocar os estudantes de escola não é uma alternativa viável para grande parte dos pais da comunidade escolar. Isto porque a escola mais próxima fica a quase sete quilômetros do local, o que criaria uma questão logística, já que os estudantes dependeriam de transporte coletivo para o deslocamento, pesando no orçamento familiar. "Só conseguimos enxergar dois caminhos: sensibilizar a Secretaria de Educação do Estado para reverter essa situação ou, se não houver resolução, vamos buscar uma solução através da Justiça", aponta.
Nos próximos dias, a comunidade escolar deve organizar uma comitiva para encaminhar um abaixo-assinado contra a multisseriação para a CRE. O conselheiro tutelar, Cláudio Rodrigues, esteve presente ao ato e declarou que o Conselho vai cobrar da 13ª CRE uma posição sobre a decisão. "Se não tivermos resposta, vamos buscar uma solução via Ministério Público", adiantou.
Contraponto
Na tarde de ontem, em resposta à solicitação da reportagem do jornal MINUANO, a 13ª CRE informou que só irá se manifestar sobre a situação na próxima semana, através da coordenadora, Miriele Barbosa Rodrigues.
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