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Desmistificando a consulta ginecológica, com Ramaiana Duarte
A atuação do ginecologista vai além da sua especialidade, sendo o médico responsável pelos cuidados gerais com a saúde da mulher. Geralmente, o ginecologista é o primeiro profissional a ouvir da paciente suas questões sobre relacionamento, distúrbios de humor, alteração de peso, sendo um verdadeiro “clínico da mulher”, avaliando a paciente globalmente, a fim de detectar alterações em outros sistemas e fatores de risco para doenças importantes.
Segundo a médica ginecologista Ramaiana Duarte, este será o médico que irá acompanhar a mulher pelo resto da vida. "É muito importante explicar para a paciente os procedimentos que serão realizados para que ela entenda e dê seu consentimento para a realização ou não dos mesmos. A relação entre médico e paciente, em qualquer momento da vida, deve ser absolutamente respeitosa e acolhedora, procurando deixar a paciente a vontade, e tendo o cuidado de não permitir que a situação de fragilidade em que a paciente se encontra a impeça de expor seus receios, suas restrições e suas dúvidas”, destaca a profissional.
A consulta ginecológica inicia-se com a anamnese, onde se cria o vínculo entre a paciente e o ginecologista, descreve a médica. “São questionados para a paciente, sobre primeira menstruação, início das relações sexuais, menopausa; sobre regularidade de ciclos ou uso de anticoncepção hormonal, assim como sobre a história obstétrica. Também importante, informações sobre fluxos genitais (pesquisa de corrimento, se com odor ou sem, coloração, prurido), higiene íntima, vida sexual e sintomas climatéricos (calorões, perda de libido, dor na relação sexual, perda de urina)”, complementou.
Ramaiana comenta que a análise física da paciente é realizada anualmente, com exame de mamas, da vulva e períneo e especular, por meio do qual é coletado o preventivo do câncer de colo do útero, sendo a coleta do preventivo podendo ser iniciada com o inicio da vida sexual. “Torna-se cada vez mais importante o rastreamento com pesquisa de DNA-HPV, já que a frequência da coleta muda conforme o resultado. A colposcopia deve ser considerada em paciente com alteração no resultado do preventivo e quando DNA-HPV positivo. Mulheres submetidas à histerectomia total por lesões benignas podem ser excluídas do rastreamento desde que apresentem exames anteriores normais. Com relação à mamografia, é usada como rastreio de câncer de mama em mulheres assintomáticas, anualmente a partir dos 40 anos até aproximadamente 70 anos de idade, dependendo da expectativa de vida da paciente. A Ecografia mamária é valioso complemento à mamografia. Mulheres pertencentes ao grupo de risco de câncer hereditário ou familiar devem ter programa de seguimento personalizado após avaliação com mastologista para possível aconselhamento genético”, acrescenta.
A consulta ginecológica flui de forma diferente com cada paciente, complementa a médica. Algumas situações são previsíveis e merecem atenção, como o exame em paciente virgem, pacientes com anormalidades ortopédicas, entre outras. “Acolhemos no consultório pacientes nas diversas fases da vida, passando pela adolescência, fase reprodutiva e menopausa. Cada uma dessas fases requerem exames e orientações diferentes e individualizadas. Consulte com seu médico ginecologista regularmente, e tenha uma vida saudável”, finaliza.