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Mesmo com confirmação de caso de coronavírus no Estado, diretrizes de segurança seguem as mesmas na região
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) confirmou, ontem, o primeiro caso de infecção por coronavírus no Rio Grande do Sul. O diagnóstico foi em um homem de 60 anos, morador de Campo Bom, na região Metropolitana de Porto Alegre, que recentemente retornou de uma viagem à Itália.
O governador do RS, Eduardo Leite, tentou acalmar a população em entrevista coletiva realizada no final da manhã de ontem. "Sabemos que gera apreensão, mas pedimos calma. O governo está atuando e tomando todas as providências para atender às pessoas que, eventualmente, tenham casos confirmados e reduzir o contágio", disse.
Leite também reforçou a necessidade de hábitos de higiene, como lavar as mãos, tossir na parte interna do cotovelo e não tocar o rosto com muita frequência. Ele também pediu aos gaúchos que evitem o chimarrão compartilhado. "Apresenta maior disponibilidade de contato com o vírus se alguém tiver contraído", alertou, pedindo ainda que estabelecimentos e locais com aglomerações disponibilizem toalhas de papel, sabonete e álcool gel.
Situação na região
Coordenadora do Centro de Operações de Emergência em Saúde da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde, a médica pneumologista Flávia Marzola destaca que, até o momento, não houve mudanças nas diretrizes e cuidados direcionados à Campanha gaúcha. Isto porque, até o momento, a Metade Sul registrou apenas um caso suspeito, em São Gabriel, de uma mulher que também chegou recentemente da Itália. Contudo, a possibilidade de coronavírus foi descartada após exames.
“A maioria dos casos suspeitos é na Serra e em Porto Alegre, em função dos voos diretos para a Itália e a grande colônia italiana que temos no Estado, que tem negócios diretos com o país europeu ou o visitam com frequência. Temos outros casos suspeitos, mas precisamos esperar os resultados”, destaca. A médica adianta, ainda, que, em breve, o Estado deve entrar em período de circulação viral. Neste caso, haverão mudanças nas diretrizes para coleta de material suspeito. Atualmente, todas as pessoas com sintomas, que chegaram de viagem há menos de 14 dias, são submetidas ao exame. Em caso de circulação viral, só será coletado material dos casos graves.
Flávia explica que a maior agilidade no resultado dos exames, que passaram a ser realizados no Estado, é preponderante para o diagnóstico rápido e efetivo em caso de doença. Com o caso do paciente de Campo Bom, o número de infectados pela Covid-19 chega a 26 no Brasil, conforme os últimos dados do Ministério da Saúde, disponibilizados na segunda-feira à tarde. No total, há 930 suspeitas em território nacional, das quais 112 estão no Rio Grande do Sul.
Suspeitas descartadas
O Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) havia divulgado, na segunda-feira, os diagnósticos como negativo dos primeiros 86 casos suspeitos para infecção pelo novo coronavírus. O número representava todos os exames feitos desde sexta-feira (6) no Rio Grande do Sul, quando o serviço da Secretaria da Saúde (SES) passou a fazer a análise. Os exames irão agora passar por um segundo teste para os outros sete tipos de vírus respiratórios mais comuns no país, como os influenza A e B, parainfluenza, adenovírus e vírus sincicial respiratório.
A investigação no Lacen começou a ser feita na sexta-feira, após a chegada de insumos específicos para a identificação do novo coronavírus entregues pelo Ministério da Saúde. O material é produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, que é para onde a Secretaria da Saúde (SES) enviava as amostras com as suspeitas da infecção. Com isso, passou a ser possível reduzir o tempo para obter os resultados, já que esse tempo poderia chegar a até 8 dias e agora é possível ter a resposta em 48 horas.
Nem todos os descartados para coronavírus, havia destacado o governo gaúcho, estavam contabilizados no boletim epidemiológico divulgado segunda-feira pela SES, em virtude da hora de fechamento dos dados. Da última sexta-feira até segunda, foram 34 casos descartados após o diagnóstico do Lacen.