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Jovem bajeense que joga na Itália relata problemas com coronavírus no país
Na Europa, o país que sofre os maiores abalos econômicos e sociais, em decorrência do coronavírus, é a Itália. Conforme dados publicados pela Agência Brasil, nas últimas 24 horas, o número de mortos devido à pandemia subiu de 189 para 1.016 – aumento de 23%. Já o número total de casos é 15.113, desde que o contágio surgiu pela primeira vez em 21 de fevereiro. Tanto que o governo local declarou quarentena em todo o território.
Na região da Lombardia, por exemplo, para sair, é necessária uma permissão específica. E quem testemunha toda essa situação é o bajeense Gonçalo Menini, 15 anos, que vive em Lombardia. Zagueiro das categorias de base da Fiorentina, o jovem testemunha do perto a crise que envolveu o país europeu.
A ida para a Europa
Antes de adentrar nos impactos do coronavírus, é preciso entender um pouco da história de Gonçalo. O jovem foi parar na Itália em agosto de 2018, por intermédio do projeto Roma Academy, que tinha uma filial em Bagé, em parceria com o Guarany. Assessorado por Igor Menini, pai do atleta e idealizador do projeto da Roma no Sul do Brasil, Gonçalo foi descoberto por ter participado, anteriormente, de intercâmbios na Itália.
Inicialmente, o foco era atuar pela Fiorentina, contudo, ao chegar no país, transferiu-se para a base da Juventus. Após atuar por um ano e meio em Turim, Gonçalo retornou à Fiorentina. Conforme Igor, pai do atleta, chegaram, recentemente, propostas para atuar no futebol de Dubai (Emirados Árabes Unidos) e na Polônia. Contudo, em virtude das perspectivas de crescimento, Gonçalo optou por permanecer na Itália. Até porque, além do futebol em si, o bajeense tem se submetido a uma série de estudos. "Ele está bem adaptado, tanto que fala fluente italiano, francês, inglês e espanhol, além, claro, da língua materna. Está entre os cinco melhores alunos da escola dele, o que garante, a partir de julho, um curso técnico de turismo.
Isolamento da população
No quesito de controle populacional, Gonçalo relata que o governo italiano adotou medidas drásticas, como tentativa de controle da pandemia. "Moro há cerca de dois anos na Itália e estou numa região com um crescimento exponencial do coronavírus. O povo vem sofrendo com medidas bem drásticas do governo. Há recomendações para não sair de casa e evitar locais aglomerados. Inclusive, está proibido sair do país sem uma documentação específica, que é a lei da emergência. Os principais impedimentos com a população italiana tem relação com as zonas de risco e faixas mais afetadas, que são os idosos, por exemplo", ressalta.
Consequentemente, Gonçalo relata que o turismo e o comércio sofreram grande abalo econômico nos últimos dias. "Isso faz com que muitos locais fechem, como é o caso de restaurantes, centros comerciais e cinemas. Aqueles que permanecem abertos têm normas bem rígidas para funcionamento. Supermercados, por exemplo, tem uma determinação de que os funcionários devem ficar, pelo menos, um metro de distância dos clientes. Eu tenho viagem marcada para o Brasil, em julho. Porém, do jeito que está, não tenho garantia se conseguirei sair do país", contextualiza.
Pelo fato da economia do país ser estritamente ligada ao ramo do turismo, um grande sinal de alerta é aceso, tanto para quem mora na Itália, tanto na política internacional como um todo. Nesse contexto, mesmo que esteja obtendo sucesso no futebol e nos estudos, Gonçalo se diz preocupado com as consequências que serão originadas a partir da pandemia. "É uma ameaça direta para a economia do país. O governo criou um número específico para atendimento de possíveis pacientes e para sanar dúvidas da população. Já faz 15 dias que permaneço somente dentro de casa. Meus treinos foram cancelados. Só para fazer alguma compra que seja necessária em casa. Em Milão, é comum de duas a três vezes ao dia ouvirmos a ambulância passando pela cidade, para atender casos de coronavírus", finaliza.