Cidade
Aciba protocola petição de isenção de taxas e impostos para empresas de Bagé
O primeiro dia de suspensão do comércio e serviços essenciais em Bagé trouxe uma cena, até então, vista apenas durante as primeiras horas do dia e aos domingos: lojas fechadas e pouquíssimo movimento nas ruas. Apenas farmácias e mercados mantiveram os atendimentos, mas com restrições, mantendo clientes com limitação de distância e higiene.
O decreto instaurado pelo município de Bagé, após reunião do comitê de enfrentamento ao coronavírus, é uma medida para avaliação real da situação na cidade. Com menor circulação de pessoas nas ruas, será mais ágil a identificação de novos casos e mais difícil a propagação do vírus entre pessoas aglomeradas.
Contudo, por mais que a medida tenha um objetivo assertivo na batalha contra o covid-19, os impactos no segmento de comércio e serviços poderá ser devastador. Isso é o que aponta o presidente da Associação Comercial e Industrial de Bagé, Pedro Ernesto Obino. Além da cadeira na entidade de representação de classe, também é presidente da rede de lojas Obino.
Ele conta que os impactos começaram a ser sentidos já na segunda-feira desta semana. A partir disso, o movimento foi caindo gradualmente, dia após dia, até chegar ao status de faturamento zero nesta sexta-feira. "O que importa, neste momento, é a segurança e a saúde de toda a população. O que isso vai gerar, nestes sete dias e durante a semana, é de uma dimensão muito grande, gigantesca, ainda mais porque não temos previsão segura, e nao há quem possa dar essa previsão segura, de quando, efetivamente, o comércio poderá retornar", aponta.
Obino aponta que os empresários do setor irão precisar de ajuda de todas as esferas para se recompor após a crise do coronavírus, para manter a economia em pé e empregos garantidos para os colaboradores. Justamente por isso, a Aciba protocolou, na manhã desta sexta-feira, uma petição no Gabinete do Prefeito pedindo a suspensão das taxas e impostos municipais. "Seria uma grande ajuda neste primeiro momento aos empresários locais para manutenção das empresas e empregos", destaca.
O presidente da entidade explica que como não é possível medir, ainda, a extensão dos efeitos do fechamento do comércio, a petição não determinou prazo específico para suspensão do pagamento dos tributos. O objetivo é, principalmente, o reestabelecimento financeiro das empresas locais. Ou seja, só será possível determinar um prazo para a suspensão destes pagamentos até que o setor tenha clareza da situação.
Aguardando retorno do município sobre o pedido, Obino destaca que o momento é de análise e observação. "É muito importante ter consciência total da dimensão do impacto e se unir para atravessarmos esse período tão difícil na nossa sociedade. A situação, de forma geral, é muito crítica e sensível, pois o que estamos falando agora pode ter mudanças em poucas horas", aponta.