Esportes
As três vezes que o futebol gaúcho precisou parar
A situação que a sociedade brasileira vive é totalmente atípica. No futebol, os reflexos do coronavírus são diretos, com o Gauchão e a Divisão de Acesso suspensos por tempo indeterminados. Entretanto, esta não é a primeira que vez que o futebol gaúcho é paralisado, em função de “força maior”. O jornal MINUANO consultou o livro “100 Vezes Gauchão”, escrito por Gustavo Manhago e Cléber Grabauska, publicado em 2019, o qual aponta três ocasiões em que o estadual precisou parar. Segue abaixo:
Gripe espanhola (1918)
Criada em 1918, a Federação Rio-Grandense de Desportos, atual Federação Gaúcha de Futebol (FGF), pretendia realizar, naquele ano, a primeira edição do Campeonato Gaúcho. A competição reuniria os campeões regionais, que eram Brasil de Pelotas, 14 de Julho de Santana do Livramento e Cruzeiro de Porto Alegre. No entanto, em virtude da gripe espanhola que assolou o Estado, com milhões de mortes pelo mundo, todos os jogos de futebol foram suspensos naquela temporada. Assim, a primeira edição do estadual ocorreu em 1919, quando o Brasil de Pelotas venceu o Grêmio, por 5 a 1.
Revolução de 23 (1923)
A segunda vez que o estadual paralisou foi em decorrência da Revolução de 1923, movimento armado em que dividiu o Rio Grande do Sul entre ximangos (partidários de Borges de Medeiros) e maragatos (aliados de Joaquim Francisco de Assis Brasil). Durante 300 dias, foram registrados 21 combates e mais de mil mortos.
Revolução Tenentista (1924)
E o terceiro foi registrado em 1924, com a Revolução Tenentista. O movimento iniciado em São Paulo, em julho, chegou ao Rio Grande do Sul em outubro, justamente na época em que o Gauchão costumava acontecer. A revolta foi motivada pelo descontentamento dos militares com a crise econômica e a concentração de poder dos políticos de São Paulo e Minas Gerais.