Cidade
No grupo de risco para contágio do Covid-19, idosos representam 17% da população bajeense
A dificuldade para manter os idosos em distanciamento social é sentida em vários municípios do país. Alguns estão cumprindo a determinação para ficar em casa, enquanto outros ainda se reúnem em praças públicas em busca de socialização. Segundo a médica pneumologista e coordenadora do Centro de Operações de Emergência (COE) da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde (7ª CRS), Flavia Marzola, é necessário o entendimento de que os idosos, que, em Bagé, representam 17% da população, são o 'público-alvo' da pandemia do coronavírus (Covid-19). A condição está associada ao enfraquecimento do sistema imunológico, que, juntamente com outros problemas de saúde podem ser fatais.
De acordo com projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população bajeense de idosos supera a casa dos 20,4 mil. Flavia Marzola destaca que as famílias devem tomar todos os cuidados de higiene para proteger os mais velhos. Ela salienta que as estatísticas comprovam que, na China, Estados Unidos e Itália, as mortes acontecem mais em homens do que em mulheres, tendo a proporção de três por um. Ela cita que, na Itália, a mortalidade foi maior em homens com 79 anos, e, entre as mulheres, a idade foi de 85 anos.
Segundo a pneumologista, grande parte dos infectados com até 60 anos não tiveram complicações decorrentes do vírus e, nas crianças e adolescentes, onde a imunidade é alta, os sintomas são mais suaves. Flavia ressalta que o vírus tem mutações e muitos sintomas que apareceram em outros países não foram sentidos no Brasil. “Temos uma característica diferente e muitas pessoas têm tido diarreia e não sentem gravidade respiratória”, informa.
Medidas
Uma das medidas adotadas para conter a pandemia e manter os idosos em casa foi a publicação do decreto 50, pela prefeitura, que cancelou a gratuidade nos ônibus para este grupo. Em Bagé, cerca de 14 mil idosos contam com a gratuidade no transporte coletivo.
Conforme o gerente de uma das empresas que atuam no município, Alexandre Solari, mesmo com as restrições apresentadas pelo Executivo, muitos idosos ainda cobram a gratuidade e querem andar nos coletivos. “As vezes culpam o motorista e o cobrador por não permitirem a gratuidade”, disse.