Cidade
O isolamento de uma bajeense em solo português
Em Portugal, até segunda-feira, haviam sido registrados 6.408 casos, com 140 óbitos decorrentes do coronavírus. Bajeense residente em Aveiro, a advogada Paula Vasques, 36 anos, relata que o fluxo de pessoas circulando nas ruas está restrito ao essencial, assim como em outros países europeus. "Os portugueses e todos os imigrantes estão dando um exemplo de civilidade, já que, sem coerção das autoridades, a maioria segue as recomendações do Serviço Nacional da Saúde, principalmente no sentido de conter os contatos sociais ao mínimo", destaca.
Em Aveiro, especificadamente, onde a advogada reside, as ruas encontram-se quase vazias, segundo ela. Muitas empresas suspenderam suas atividades por tempo determinado e indeterminado, com orientações para os funcionários permanecerem em casa. "Os empresários que ainda não suspenderam suas atividades esperando ordem das autoridades, estão sendo ferozmente criticados por colocar em risco a saúde de seus trabalhadores. Os estabelecimentos essenciais, como supermercados e farmácias, estão atendendo com o mínimo permitido, respeitando rigorosamente as recomendações de prevenção da proliferação do vírus", conta.
Com as crescentes estatísticas, o governo português decretou estado de emergência. Por hora, a medida de recolher obrigatória não foi implantada, mas é exigido que pessoas recém chegadas ao país, tanto estrangeiros quanto residentes em Portugal, permaneçam em isolamento. "Relata-se que a curva da pandemia deve aumentar até o fim de abril. Então o estado é de alerta", destaca a advogada.
Entre as demais medidas adotadas pelo governo estão a suspensão das atividades nas escolas e rigorosa proibição de eventos com aglomeração de pessoas. Também estão entre as principais medidas a proibição de demissão de trabalhadores, despejos por falta de pagamento de alugueis, corte de luz, água, gás ou comunicações. Foram suspensas, ainda, a cobrança de prestações de créditos de habitações e aluguel daqueles que tenham seus rendimentos gravemente diminuídos. "Além dessas medidas, pedem a responsabilidade pessoal acima de tudo, pois o vírus não conhece fronteiras e o mundo ainda não tem armas para detê-lo", relata.
Como Portugal faz fronteira somente com a Espanha, os dois países decidiram pelo fechamento das fronteiras para turismo e lazer, mantendo autorizado a circulação de mercadorias e trabalhadores. Contudo, Paula relata que estão suspensos os vôos internacionais para fora do espaço da União Europeia, e conjuntamente a chegada de voos de qualquer país que não faça parte da UE, com exceção do Canadá, Estados Unidos, Venezuela e África do Sul por possuírem grandes comunidades portuguesas. "Estão mantidas as ligações aéreas ainda com países de língua oficial portuguesa. No nosso caso, o Brasil, as rotas permitidas são Lisboa para Rio de Janeiro ou São Paulo", aponta.