Cidade
Produtores rurais enfrentam restrições relativas com efeitos da estiagem e combate do Covid-19
A maior circulação do coronavírus (Covid-19) é na zona urbana. Mas nem por isso os produtores rurais, que moram afastados dos centros, devem deixar de tomar alguns cuidados para garantir a própria segurança e a de funcionários.
O gerente regional da Emater, Eloi Pozzer, explica que a normativa de segurança segue os mesmos padrões de conduta para todos os segmentos da sociedade: evitar, ao máximo, sair de casa e contato com outras pessoas. “No interior é mais fácil ficar em casa e ter contato com poucas pessoas, mesmo assim mantemos a orientação”, explica.
Pozzer destaca que a rotina de lida no campo não mudou drasticamente com as medidas de contenção do coronavírus. Contudo, os pequenos produtores enfrentam dificuldades na hora de comercializar seus produtos, já que muitos dependem da venda direta ao consumidor, através de feiras e quitandas. “A pecuária de corte e de leite é uma atividade com prejuízo menor, mas os pequenos produtores de hortifrutigranjeiro, por exemplo, têm um prejuízo bem maior, com o fechamento de feiras e dos comércios e a restrição do ir e vir para venda de produtos e compra de insumos. Mas na campanha, a coisa não pára, seguem produzindo, porque é o ganha pão diário de muitos”, destaca.
Orientações
Para quem segue produzindo e conseguindo comercializar seu produto, a orientação é garantir alta higienização durante o manuseio dos alimentos, para evitar contágio e transmissão do vírus. “O transporte deve ser feito com o máximo de higienização possível, tanto das pessoas, quanto dos equipamentos, com álcool em gel e sabão. Precisamos fazer a nossa parte bem feita, para tentar evitar novos casos”, afirma Pozzer.
Flexibilização
A própria sede da Emater está funcionando em home office. O único trabalho de campo que ainda vinha sendo feito, a análise técnica solicitada pelos bancos para inclusão de produtores no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (ProAgro), foi flexibilizada. Agora, os bancos aceitam as informações repassadas remotamente para inclusão no relatório, sem a necessidade de visita técnica no local. “Estamos atuando de casa, com atividades externas mínimas, nos adaptando à nova realidade e inovando porque não podemos deixar o trabalho parar”, afirma.
Efeitos do clima
Mesmo em meio à pandemia de coronavírus, que vem somando óbitos pelo país, o maior inimigo dos produtores rurais é um fenômeno climático, que não pode ser combatido com vacinas e medicamentos: a estiagem.
Em um momento em que os produtores já estão em fase de preparo para encarar o inverno rigoroso do Pampa gaúcho, a preocupação maior têm sido garantir pastagem suficiente para alimentar os animais durante os períodos de baixa temperatura.
“Já estamos no período de começar a preparação das pastagens, mas sem chuva fica muito difícil de fazer. Estamos orientando que todos façam da forma que for possível, mesmo que não tenha grande qualidade. O pior é não fazer. A pecuária de leite, por exemplo, depende disso. Se não tiver pastagem, não vai ter produção de leite”, enfatiza.