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Governo Federal autoriza captação de recursos via Lei de Incentivo para realização do Festival de Cinema da Fronteira
Na sexta-feira, dia 3, a Secretaria de Audiovisual, ligada a Secretaria Especial da Cultura, autorizou os produtores culturais do Festival Internacional de Cinema da Fronteira a captar recursos, mediante doações ou patrocínios, para a realização da 12ª edição do evento, que tem previsão de realização em novembro.
De acordo com o edital publicado no Diário Oficial da União, a produção teve valor aprovado para captação de R$ 299.766, 60. Esse recurso deve ser captado no prazo especificado pela Secretaria de Audiovisual, de 06 de abril até 31 de dezembro de 2020. O valor será utilizado para realização das atividades da competição em Bagé, Sant’Ana do Livramento e Rivera, com mostras de filmes em longa e curta-metragem, sessões inclusivas com acessibilidade, debates, oficinas educativas e palestras.
Realizador do evento, o cineasta Zeca Brito explica que o projeto foi encaminhado para o Ministério da Cultura no início de janeiro, quando a situação que o país vivia era muito diferente do momento que enfrenta agora, com isolamento social como ação de enfrentamento ao coronavírus. “Isso faz com que a gente olhe com muita cautela para a edição deste ano e passe a considerar algumas possibilidades de adaptação”, analisa.
A primeira adequação seria a abertura do prazo de inscrições de filmes para a mostra competitiva, inicialmente prevista para este mês. Com a suspensão de diversos serviços e segmentos, além do distanciamento social orientado pelos órgãos de saúde, a projeção é de que o lançamento desta edição aconteça entre maio e junho, dependendo do panorama nacional.
Além disso, o cineasta também não descarta dar uma nova roupagem à competição através da realização de um evento mais digital, com menos atividades presenciais, caso o cenário da pandemia se perpetue até o segundo semestre deste ano. “Já trabalhamos com a possibilidade de manter a edição em formato online, caso a projeção cinematográfica e atividades coletivas não sejam permitidas até novembro”, adianta.
Brito destaca a importância da realização do evento para a manutenção e consolidação de Bagé como polo de produção cinematográfica. Para isso, contará com a ajuda do escritor, Rodrigo Tavares, responsável pela produção cultural e captação de recursos junto às empresas da cidade.
Assim, Tavares deve iniciar, em breve, uma “peregrinação” pelas empresas da cidade, apresentando as propostas da Lei de Incentivo, que permite ao empresariado contribuir com o festival, garantindo a isenção no Imposto de Renda. “As últimas três edições não foram realizadas com leis de incentivo, mas com editais e aporte direto do Governo Federal. Agora, com 11 edições realizadas, o festival já consegue ter pouco mais de histórico e envergadura para pleitear captação de recursos junto à iniciativa privada local”, destaca Brito.