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Atletas do Guarany detalham rotina enquanto futebol segue parado

Em dias normais, neste final de semana, era para que a Divisão de Acesso estivesse a todo vapor. Mas, em virtude da pandemia, não há uma data concreta para que a competição retorne. O que existe é um indicativo de que os jogos sejam retomados em agosto. E não está descartada a possibilidade das primeiras rodadas, pós-retomada, serem com portões fechados.
Mas enquanto essa data não chega, os jogadores ficam em meio a esse impasse, esperando uma definição para que possam prosseguir com o planejamento de suas carreiras. O Jornal MINUANO conversou com alguns atletas do Guarany, que expuseram como tem sido enquanto não passa o surto do Covid-19, o novo coronavírus.

Preocupação com o físico e contratos

Atacante do Guarany, Welder iniciou a temporada com vínculo com o clube. Porém, antes da abertura da pré-temporada, transferiu-se para o futebol da Albânia. Passados cerca de um mês e meio, o atleta optou por voltar ao Brasil e assinou, mais uma vez, com o alvirrubro bajeense. Sua reestreia foi com gol, no empate em 2 a 2, com o Inter-SM, no estádio Antônio Magalhães Rossell, pela terceira rodada da Divisão de Acesso.
Questionado sobre como tem lidado com o dia a dia, Welder ressalta que tem mantido na sua casa, em Porto Alegre, a prática da atividade física. “Normalmente, faço quando estou em casa. Tenho feito corridas mais por questão de saúde e para manter o corpo ativo. Nesse primeiro mês, os clubes se comprometeram em pagar o mês cheio ainda. Já os próximos meses ainda é uma dúvida. Atletas e clubes não sabem como vai ser, mas o clube o clube tem mantido contato com todo nós através de grupo no WhatsApp”, ressalta.
Em relação ao adiamento da Divisão de Acesso para o segundo semestre, Welder avalia como uma medida correta. “Acho que foi uma decisão correta a se tomar, visando à saúde de todos. Não tinha condição nenhuma de continuar com o campeonato agora”, avalia.
A mesma linha de raciocínio é adotada pelo lateral esquerdo alvirrubro Jaime. Situado em Olinda, Pernambuco, o jogador tem praticado, diariamente, corridas na orla. “Estou treinando todos os dias, na orla da praia, acompanhado de um amigo que é formado em Educação Física. O único dia que não treino é aos domingos. Quanto à questão financeira, estamos todos um pouco apertados, sabemos da realidade no momento. O Guarany ainda está quitando o mês de março, aos poucos. A gente entende a situação”, ressalta.
Uma das possibilidades, no momento, é de que os contratos sejam suspensos, temporariamente. E até agosto, os jogadores recebam benefício via Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). A informação, segundo Jaime,  já é trabalhada nos bastidores do Guarany. “Sobre o campeonato ter sido adiado para agosto, achei correto. Até porque, agora, todo mundo está se prevenindo para não pegar o vírus. Acho que em agosto essa situação estará normalizada”, destaca.

A espera das definições

Meia alvirrubro e natural de Bagé, Fernandinho também adota o mesmo critério de pensamento adotado por Welder e Jaime. “É uma situação complicada que ninguém queria estar passando, mas eu, particularmente, preciso estar me movimentando diariamente. Então, estou intercalando treinos na academia e na areia, e também jogando futevôlei, pois ajuda a manter a condição física”, ressalta.
Sobre o contato com clube, Fernandinho ressalta que há consciência de ambas as partes. “O clube está cumprindo com sua parte gradativamente. Sabemos que a situação não é fácil, mas, até agora, está tudo certo. Em relação aos contratos, não se teve uma definição clara, mas acredito que durante a semana, deve se concretizar essa situação. E quanto à Divisão de Acesso, eu não tenho conhecimento adequado para dizer se foi certo ou errado, por parte da FGF (Federação Gaúcha de Futebol). Mas lamento, pois estávamos numa crescente na competição. E agora, todo processo deve ser feito novamente”, argumenta.

Mudança de rotina

Zagueiro do Guarany, Diego Rocha também afirma estar fazendo o possível para se manter em forma. “Nós, atletas, sempre procuramos se manter, claro, não estando à disposição de algum clube, a rotina é totalmente diferente. Como falei, não tenho adotado nenhuma rotina forte de exercícios, mas procuro me manter na melhor forma possível. Com o que está acontecendo com todos clubes estão passando por um grande problema que é a questão financeira. E todo mundo que acompanha e vive o futebol do interior do Rio Grande do Sul sabe de todos as dificuldades. Então, acho que o Guarany não está sendo diferente dos outros. Temos um grupo de WhatsApp que envolvem todos , direção , atletas e comissão. Ali, toda semana, eles nos mantêm informados”, pontua
Ao ser questionado sobre o retorno do futebol, Diego Rocha também classifica a medida como correta. “Ainda não nos passaram como ficará a questão dos contratos. A última frase sobre essa questão foi que teve uma primeira reunião com todos os advogados dos clubes, juntamente da FGF, que não foi resolvido. Nesta semana, pode ter outro encontro, em busca de que entrem em comum acordo. Sobre o adiamento, achamos que foi uma boa. Nesse momento, devemos deixar o futebol de lado e cuidar das nossas vidas. Todos somos pessoas, seres humanos. Ninguém tem culpa pelo o que estamos passando. Vamos torcer que isso passe logo e tudo volta ao normal na vida de todo mundo”, finaliza.