Segurança
No Dia do Policial, um exemplo de amor à profissão
O policial civil Nilton César Resende Madruga, de 52 anos, está na linha de frente nos atendimentos a comunidade bajeense. Há 25 anos como policial civil, Resende, como é conhecido pelos colegas e imprensa, é inspetor da 4ª classe, mais antigo na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), estando no plantão há 17 anos.
Com orgulho da profissão que escolheu, o policial civil foi, durante quatro anos, Bombeiro Militar e esteve também quatro anos no Exército Brasileiro. “Tenho familiares na Brigada Militar e no Exército. Uma das coisas que me levou a ser policial civil foi que eu poderia seguir ajudando as pessoas, a exemplo do que eu já fazia no Corpo de Bombeiros”, disse.
Sobre o trabalho de plantonista, pois os policiais que registram ocorrências trabalham em turnos de 12 horas, ele enfatiza que cada dia é diferente do outro. “Na realidade, não existe rotina, lidamos com várias situações, nunca sabemos o que nos espera. Mesmo assim, ao final de cada plantão, saio satisfeito pelo dever cumprido”, destacou.
Fato marcante
Resende lembra de tristes fatos e de um que marcou sua vida durante esses anos na DPPA. “Marcante mesmo, foi um caso de homicídio, seguido de suicídio ocorrido num apartamento na rua Salgado Filho. Quando chegamos ao local, o cachorro estava junto ao corpo, desesperado lambendo a vítima”, recordou, emocionado.
Quanto à lei e por ser o primeiro a ter contato com o fato ocorrido, o policial sempre prezou por manter a calma. “Não agir por impulso, não acreditar em tudo em que está sendo dito, sempre ouvir ambos os lados, ser coerente e não levar problemas pessoais para o ambiente de serviço. Tentando sempre ser profissional, não generalizar e não fazer pré-julgamentos das pessoas. Acredito que essa é a fórmula”, declarou.
Relação amistosa
A relação com os colegas e delegados é respeitosa, assim como com outros Órgãos de Segurança, garante o plantonista. “No plantão, a notícia do crime chega primeiro. Dali, nós efetuamos contato com as equipes de investigação das delegacias competentes que deslocam de pronto ao local de crime, acionamos a perícia se for o caso. Contamos com o apoio da Brigada Militar que isola o local do crime até a chegada dos técnicos e das equipes de investigação, a relação é muito boa, trabalhamos em conjunto”, salienta.
No local onde é realizado o flagrante, em alguns casos, o policial que já perdeu a conta de quantos já escreveu ao longo de sua carreira - ele explica que é um ato formal de se materializar a prisão de indivíduo que acabou de cometer um delito. “Tem um rito a ser seguido, por exemplo: a Brigada Militar, ao flagrar uma pessoa cometendo o delito ou logo após o prender, deverá dar voz de prisão, conduzir à delegacia com as partes, e, no mínimo, além do condutor (da viatura), tem que ter duas testemunhas, nem que seja somente de apresentação. A polícia tem que preservar os direitos do preso, comunicando um familiar por ele indicado, isso é um direito constitucional. Ele tem direito a um advogado, tem direito de permanecer calado e só declarar em juízo. Temos que comunicar sua prisão imediatamente ao juiz, através de ofício, também ao Ministério Público e tudo tem que constar no flagrante, tudo é documento. Na falta de um documento, o flagrante pode não ser homologado e o indivíduo (deve) ser solto pela Justiça”, enfatizou.
Resende garante que nunca pensou em desistir, apesar de passar por situações difíceis, sempre teve convicção da vocação. “Não acho que a comunidade não goste da polícia, acho que confia. Quem não gosta tem algo a esconder, ou viveu uma situação particular com algum policial”, opina.
Finalizando, o policial civil diz que se enche de orgulho da profissão. “Não somente por realizar procedimentos para prender pessoas que cometeram delitos e nem por investigar crimes e remeter os procedimentos (Inquéritos e Termos Circunstanciados) que a Polícia Civil é responsável, mas também, fico orgulhoso por podermos ajudar pessoas, que vão a uma delegacia e recebem atendimento e algumas vezes nem se trata de crime o que é relatado, mesmo assim, recebem orientação na medida do possível, para aqueles casos que podem ser resolvidos na esfera civil e aqueles que não tem recursos são orientados a procurarem ajuda jurídica na defensoria. Por fim acrescento que nós Policiais Civis a exemplo da Brigada Militar, existimos para defender a sociedade, mesmo com o risco da própria vida, este é o juramento que fazemos ao ingressar na instituição”, concluiu.