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Esportes

João Emílio enfrenta dificuldades para manter futebol feminino

Publicada em 23/04/2020
João Emílio enfrenta dificuldades para manter futebol feminino | Esportes | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Clube teme perda de patrocinadores com crise da pandemia

Se no futebol masculino, que dispõe de ampla visibilidade, os reflexos financeiros da pandemia serão grandes, os danos no feminino podem ser ainda maiores. Muitas equipes correm o risco de fecharem suas portas e nem voltarem mais, depois que passar o surto do coronavírus. E alia-se a esse impasse o fato de, até o momento, a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) ainda não ter feito nenhuma menção sobre o futuro das competições estaduais femininas, que são o Gauchão adulto, sub-18, sub-16 e sub-14.
Na região da Campanha, a única que disputa uma competição oficial é a Associação Esportiva João Emílio, de Candiota. E dentro dessa conjuntura, enquanto não há um posicionamento definitivo da FGF, o projeto está em xeque para o restante da temporada. Para saber mais detalhes da situação do time candiotense e de um panorama do futebol feminino como um todo, o Jornal MINUANO conversou com o técnico da João Emílio, Cleo Moura, que esclarece a fase atual da equipe.

Início promissor de temporada
O departamento de futebol feminino da João Emílio foi criado em agosto de 2015. Inicialmente, o viés era social. Entretanto, em pouco mais de um ano, a equipe já ingressava no campeonato estadual, na época, organizado pela Associação Gaúcha de Futebol Feminino (AGFF). O certame ficou sob a responsabilidade da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) desde 2018, quando a João Emílio teve sua melhor campanha, chegando até as quartas de final.
Para viabilizar o projeto, a João Emílio depende exclusivamente de recursos externos, como apoio do poder público municipal e do patrocínio de empresas. As jogadoras, em sua maioria, de fora de Candiota, também necessitam de apoios para arcar com despesas, visto que não dispõem de salários mensais e contratos profissionais. Mesmo assim, o time candiotense como o único na região da Campanha a encarar competições organizadas pela FGF.
Para esta temporada, os planos eram positivos. Na segunda quinzena de março, 10 meninas da João Emílio passaram uma semana treinando no Inter. No mesmo período, uma goleira também faria testes no Grêmio.
Paralelo a isso, a goleira Kailane Silva, que jogou o Gauchão pela João Emílio (2018 e 2019) tinha sido anunciada como reforço para a categoria sub-20 do Fortaleza, em Ceará. Entretanto, em função do coronavírus, Kailane voltou para casa e ainda não sabe se retorna ou não, posteriormente, ao Fortaleza. E para fechar o movimentado início de ano da João Emílio, pela primeira vez, a equipe entrou no Citadino de Futsal de Candiota. E, de quebra, chegou a final, com o melhor ataque da competição. Já a decisão ainda não foi realizada, em função da pandemia.

Resto do ano está comprometido
Com essa vastidão de novidades, o ano da João Emílio prometia ser promissor. Entretanto, por força maior, a temporada precisou ser interrompida. E como o projeto sobrevive exclusivamente de colaborações, está em risco. “Acredito que o Gauchão sub-18 e sub-14 nem tenha em 2020. Talvez, tenha o adulto e o sub-16. Não fomos procurados pela federação. Sei que estão ajudando os times do interior no masculino. Mas, no feminino, dos cinco times que jogaram o Gauchão adulto, ano passado, nós e o Oriente não recebemos nenhum recurso”, ressalta Cleo. Os outros três, Inter, Grêmio e Brasil de Farroupilha, receberam verba diretamente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por estarem envolvidos com as séries A1 e A2 do Campeonato Brasileiro.
Em função da incerteza da pandemia e, até mesmo, de um calendário do futebol feminino para o segundo semestre, Cleo demonstra preocupação com o futuro da equipe candiotense. “Estamos buscando alguma ajuda. Há meninas com os pais desempregados, e nós de ‘mãos atadas’ sem poder ajudar. A Prefeitura de Candiota nos ajuda com o transporte para os jogos fora de casa, mas, depois disso tudo, não sabemos se terá condições de seguir mantendo. As empresas que destinam algum valor para a equipe também não sabemos se poderão manter a verba. Preparávamos uma equipe bem forte para o estadual, mais caseira e entrosada”, enfatiza.
A ideia inicial de Cleo era disputar o Gauchão adulto e sub-16. Segundo o treinador, o motivo de escolher duas é único e exclusivamente financeiro, pois, jogadoras é algo que não faltaria. “Se tivéssemos auxílio com hospedagem, transporte e alimentação aí teríamos condições de entrar em todas as categorias, pois, atletas não faltam. Na sub-14 tem mais de 30 meninas. Na sub-16, também mais de 30. No adulto, cerca de 50 para poderem ser inscritas 35. A base vinha forte”, declara.

Crise causa desemprego
E não bastasse todo o esforço feito para manter a João Emílio erguida, Cleo também tem enfrentado o desemprego. “No final do ano passado, saí do Conselho Tutelar e fiquei desempregado. Abri uma microempresa para prestar serviço. Então, acertei com a prefeitura para trabalhar o futebol feminino em todos os bairros de Candiota. Trabalhei por um mês e 15 dias. Mas como o decreto obriga paralisar as atividades da educação, estou desempregado, sem receber”, ressalta.

Crescimento pode ser estagnado
Questionado sobre o panorama nacional do futebol feminino, Cleo apontava que o cenário era otimista e que, daqui a três anos, grandes resultados poderiam ser colhidos. Mas, em razão da pandemia vivenciada, atualmente, o treinador afirma que não há como fazer a mesma projeção. “A gente fica pensando que as equipes realmente pequenas, no Brasil, talvez não consigam sobreviver. Palmeiras, São Paulo, Inter, Flamengo, de alguma forma, vão sobre viver. Já aquelas menores, que disputam o Brasileiro, como São José-SP, Kindermann, Vitória da Bahia vão sofrer para se manter. Eu via o futebol daqui a três anos com muito crescimento. Mas, agora, com essa crise que estamos vivendo, acho que vai atrasar um pouco”, conclui.

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