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Máscaras de fabricação artesanal auxiliam na renda em tempos de pandemia
As máscaras caseiras passaram a ser recomendadas pelo Ministério da Saúde, Anvisa e Organização Mundial da Saúde (OMS) para uso da população como forma de proteção e para evitar a propagação do novo coronavírus. Com isso, o equipamento de proteção sumiu do mercado formal e virou alternativa e complemento de renda para artesãs, costureiras e até fábricas de roupa. A utilização dos itens caseiros, feitos com tecidos, foi indicada para não desabastecer o sistema de saúde.
A costureira Ana Beatriz Rosa Silva, há mais de 45 anos no mercado, viu na confecção da máscara uma forma de renda. Ela comenta que confecciona roupas para festas, casamentos e formaturas, e dá aula de corte e costura para 40 alunos. Mas como o mercado parou, começou a confeccionar o equipamento de proteção. “No início vendia cerca de 80 por dia, agora, como outras pessoas estão confeccionando, a demanda diminuiu um pouco”, ressalta. As encomendas podem ser feitas pelo telefone (53) 991070800
A confeiteira e artesã, Quelen Olave Rodrigues, também precisou diversificar sua produção. No começo, ela fazia bolos e dava uma máscara para o cliente como cortesia. Como as festas não estão acontecendo, as máscaras passaram a ser sua principal fonte de renda. A obrigatoriedade do uso nas empresas, segundo ela, aumentou sua demanda e a artesã passou a contar com a ajuda de uma sócia, Caroline Oliveira, para a confecção. “Produzimos para várias empresas de Bagé e de fora e até no Uruguai. Conseguimos fazer cerca de 500 máscaras por dia”, comenta. A empresária conta com uma página no Instagram, Atelie das Gurias, e atende pelos telefones (053) 999727625 e 991081499.
A dona de casa e artesã, Sonia Campos Miranda, e a sobrinha Daniele Silva Soares, também estão complementando a renda com as máscaras. Sonia, além de costuras, tricô e crochê, encontrou no equipamento de proteção, uma forma de complementar a renda e Daniele, que trabalha em um supermercado, auxilia nas vendas. As máscaras são produzidas com tecido de algodão de várias estampas. “Conseguimos produzir em torno de 50 por dia”, disse. As encomendas podem ser realizadas através do WhatsApp 981288662.
Produtos diferenciados
A atendente em uma empresa de câmbio, Eliane Cordeiro de Almeida, viu no artesanato uma possibilidade de aumentar a renda familiar. No inicio da pandemia, a artesã ficou trabalhando em casa e decidiu começar a produzir máscaras. No inicio, somente o equipamento de proteção, mas com o decorrer do tempo, passou a confeccionar a máscara e tiara com a mesma estampa e, assim, confessa, suas vendas aumentaram. Eliane trabalha sozinha e consegue confeccionar cerca de 50 conjuntos por dia. “Normalmente, faço por encomenda e levo em alguns comércios onde está proibida a entrada sem o equipamento. Precisei me adaptar. Como o conjunto o elástico fica preso nos botões da tiara, fica mais cômodo para quem precisa usar todo o dia”, disse. As encomendas podem ser realizadas pelo telefone (053) 999504042.
A empresária Tatiana Morales Salim, por sua vez, possui uma loja de tecidos. Quando parou o comércio, teve que dar aviso prévio para todos os funcionários. Porém, se readequou e buscou informações para confecção de máscaras como forma de manutenção da empresa. Ela conta que quando surgiu o primeiro caso em Bagé de coronavirus, algumas pessoas estavam procurando máscaras no comércio e o item havia terminado.
Tatiana comenta que sua família conta com duas fábricas, uma de bombachas e outra de uniforme, e ambas estavam paradas. Com isso, foi buscar material especifico para a confecção e teve dificuldade de encontrar. “Em São Paulo, todo o material foi confiscado pelo governo para a fabricação”, destacou.
Passado uns dias, ela conseguiu o TNT triplo e tecido 100% algodão também a malha especifica com estampas personalizadas. “Vimos que as máscaras irão compor os acessórios de inverno e estamos confeccionando com as tendências da moda”, enfatiza.
Atualmente, a produção nas fábricas gira em torno de 10 mil por semana e são comercializadas para vários municípios. Já as personalizadas são vendidas diretamente na loja. O produto em TNT pode ser esterilizado até 10 vezes. “Com isso conseguimos manter a maioria dos colaboradores”, declarou.
Como utilizar o equipamento
- A máscara deve ter ao menos duas camadas de pano;
- A peça é de uso individual;
- Use por no máximo 3 horas (após esse período o tecido perde eficácia);
- Se possível, passe com ferro quente;
- Lave com água e sabão neutro;
- Deixe de molho por 30 minutos em solução com água sanitária* ou outro desinfetante (*diluir 2 colheres de sopa de água sanitária em 1 litro de água);
- Separe um recipiente ou saco plástico exclusivo para guarda a máscara limpa.
O uso da máscara não substitui práticas necessárias, como por exemplo:
- Higienização frequente das mãos;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal;
- Isolamento social;
Quando é essencial usar:
- Quando estiver infectado;
- Para cuidar de quem está infectado;
- Se estiver com tosse e espirrando.