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Julinho avalia boa fase do Santo André no Paulistão
Dos jogadores bajeenses relevados nos últimos 15 anos, o lateral esquerdo Júlio César Machado Colares, 33 anos, conhecido como “Julinho”, foi um dos que alcançou mais espaço no cenário do mercado nacional, com frequente aparição em equipes da série B e C do Brasileirão. O jogador surgiu no Guarany, em 2006, no ano em que conquistou a Divisão de Acesso. Mas foi na Copinha que teve suas melhores atuações, quando o alvirrubro foi até a semifinal, sendo eliminado para o Grêmio-B, que, na época, possuía nomes conhecidos, como o goleiro Cássio, o volante Willian Magrão, o meia Carlos Eduardo e o atacante Everton (ex-Inter e Caxias).
No futebol paulista, especificamente, Julinho acumula boas campanhas na série A. Em 2019, chegou as quartas de final com o Ferroviária de Araraquara. Em 2020, o retrospecto apresentava um cenário semelhante, ou até mesmo melhor.
Julinho iniciou a temporada atuando pelo Santo André. Até a 10ª rodada, quando o Paulistão foi interrompido, em virtude da pandemia, a equipe tinha a melhor classificação geral entre os 16 participantes. Ou seja, a frente dos “quatro grandes”: Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos.
Mas, infelizmente, o Santo André suspendeu o contrato com todos os jogadores. E sem uma perspectiva concreta para retorno do Paulistão, os rumos da carreira do atleta estão indefinidos. Por WhatsApp, o lateral esquerdo conversou com o Jornal MINUANO e falou do momento no clube paulista, bem como situações de sua carreira. E, até mesmo, cogitou um retorno para Bagé.
“Nossa campanha foi extraordinária”, destaca
Com a eminente parada, Julinho voltou para casa. Sua residência está fixada em Porto Alegre. Acompanhado da família, conta que tem mantido um cronograma diário para minimizar o que for possível do aspecto físico. “Temos que estar sempre bem fisicamente para o que der e vier. Nós, atletas, dependemos do nosso corpo”, ressalta.
Devido à parada da pandemia, o Santo André liberou os jogadores. E, ainda por cima, não há garantias claras sobre seus retornos. Enquanto isso, Julinho afirma que a diretoria vem mantendo diálogo sobre todas as questões envolvidas. Mas, até o momento, não há posições concretas. Até porque, a realização depende, também de órgãos públicos de saúde.
Sobre a passagem pelo Santo André, Julinho considera que os três meses em que esteve atuando pelo clube foram fantásticos. Os números comprovam isso. Na classificação geral, a equipe tem a melhor campanha, com 19 pontos em 10 jogos. Ao todo, foram seis vitórias, um empate e três derrotas, com 12 gols marcados e três sofridos.
Nos confrontos contra os quatro grandes da capital, o Santo André venceu o São Paulo, por 2 a 1, em casa, e empatou com o Corinthians, 1 a 1, fora. “Nossa campanha foi extraordinária, em todos os aspectos. Para mim, poderia terminar o Paulistão e nós sermos campeões (risos)”, brinca.
Momentos da carreira
Revelado no Guarany (2006), o lateral esquerdo acumula passagens por Grêmio-B (2007); Juventude (2007, 2013 e 2014); Charleroi, da Bélgica (2008 a 2009); Inter-SM (2010); Gil Vicente, de Portugal (2010); 14 de Julho (2011 a 2012); Ypiranga (2012 a 2013); Canoas (2013); Boa Esporte-MG (2013); Capivariano-SP (2015); América-RN (2015); Portuguesa-SP (2015); XV de Piracicaba (2015); Cuiabá-MT (2016); Água Santa-SP (2017); Figueirense (2017); Caxias (2018); Sampaio Corrêa-MA (2018); Ferroviário-SP (2019); Operário-PR (2019) e Santo André (2020).
Julinho teve bons momentos na carreira, principalmente com a dupla Ca-Ju. Dentre a série de clubes que passou, recorda com carinho a segunda passagem pelo Juventude, quando conquistou o acesso à série C do Brasileirão, em 2013. “Momentos bons na minha carreira eu tive vários. Mas, sinceramente, o que me mais me marcou foi o acesso que conquistei jogando pelo Juventude. E meu pai estava presente nesse dia”, relata.
Um retorno ao futebol bajeense
Questionado se não descarta, em algum dia, retornar para Bagé, Julinho afirma que avalia essa possibilidade. “Penso sim, para jogar talvez. Mas Deus está no controle de tudo”, finaliza.