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Representantes do agronegócio avaliam continuidade das atividades em meio à pandemia e estiagem

Publicada em 27/04/2020
Representantes do agronegócio avaliam continuidade das atividades em meio à pandemia e estiagem | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Coradini lamenta a redução, mas diz que o reflexo da crise vai atingir a todos

De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, calculados em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e com a Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq), o PIB do agronegócio brasileiro cresceu 3,81% em 2019. Com esse desempenho, o agro representou 21,4% do PIB brasileiro total no ano passado. As projeções feitas no final de 2019, e início deste ano, eram de que o agronegócio deveria crescer 3% em 2020. Porém ninguém contava com a pandemia de coronavírus (Covid-19). Desta forma as previsões deverão mudar.
Além da pandemia, os produtores enfrentam as condições climáticas, principalmente a falta de chuva.Mesmo não tendo parado totalmente, o setor agropecuário sentirá os reflexos da crise econômica que se desenha. A projeção é do economista Eduardo Palmeira, que observa que todos os setores da economia enfrentarão problemas. “Acredito que o que terá menor impacto será o do agronegócio, pois comer e beber todos nós necessitamos. Deixaremos de fazer outras aquisições, mas alimentos são ponto chave de nossa sobrevivência. Devemos agradecer aos produtores e a indústria ligada ao setor do agronegócio, que não pararam, mas mesmo assim tem problemas, uma vez que a demanda por seus produtos diminuiu, de certa forma”, pondera.
Palmeira diz que não há como prever o que ainda vai acontecer nos próximos meses, e como isso vai afetar todos os setores da sociedade. Antevendo o cenário, a Cerealista Coradini, que recebe e processa parte da produção de arroz e soja na região da campanha, prevê a redução de um turno de trabalho na indústria a partir do próximo mês, e uma redução de 10% no quadro de funcionários. “O pior ainda está por vir, as sequelas do travamento da economia ficarão para os próximos anos. Porém o segundo semestre desse ano será de extrema dificuldade devido ao aumento do desemprego”, analisa o diretor da Cerealista Coradini, Valmor Coradini Junior.
Conforme esclarece o diretor o setor rural e as indústrias que beneficiam os produtos primários estão se defendendo em função da alta do dólar. “Este voltando a patamares anteriores ao da crise do vírus, restará o mercado interno para atuar. Com baixo poder aquisitivo e desemprego maior, será difícil vender para o consumidor brasileiro”, lamenta.
Para o economista quem produz terá de planejar cada vez melhor o seu negócio. “Desde o plantio até a comercialização, a atenção deverá ser redobrada. Vamos vivenciar ainda uma mudança de comportamento do consumo de determinados produtos, não só no setor do agronegócio. Entendo que os países que são grandes importadores, por exemplo a China, continuará a consumir e importar nossos produtos, mantendo assim a atividade em nosso território”, observa Palmeira. Mas ele alerta que é preciso atenção aos acontecimentos que ocorrerão no mercado externo, e assim, planejar a próxima safra.

Impacto também pode ser sentido em segmentos com atuação forte na região

Um dos principais nomes da olivicultura na região, o engenheiro agrônomo Emerson Menezes, responsável técnico pela Azeites do Pampa Agroindústria Ltda, recorda que o segmento já vinha sofrendo impactos desde o inverno do ano passado, em função das adversidades climáticas. "O inverno com ausência de frio, depois o frio tardio e geadas fora do tempo prejudicaram a florada. Depois, na primavera, tivemos excesso de chuva em um momento crucial, que é a polinização, o que acabou afetando a fecundação das plantas", recorda.
E 2020 também começou com cenário antecipando dificuldades para o setor, com a estiagem que afetou produtividade das oliveiras. "De modo geral, falo por Bagé e região, a produção de azeite vai ficar em torno de um terço do que foi produzido no ano passado", ressalta. Enquanto em 2019 foram produzidos 200 mil litros de azeite no estado, neste ano a produção deve cair para cerca de 70 mil litros de azeite.
Enquanto o clima teve impacto direto na produção, a crise econômica gerada pelo covid-19 afetou drasticamente as vendas. Menezes destaca que a agroindústria teve as atividades suspensas por duas semanas durante o primeiro momento de reconhecimento do cenário do vírus na cidade.
E mesmo a reabertura não foi suficiente para contornar o prejuízo, já que houve queda na comercialização dos produtos. "A situação é difícil para todo mundo. Nós tivemos que reduzir pessoal em função da crise nas vendas, afetada pela diminuição de circulação de pessoas nas ruas e o fechamento de pequenos negócios, como delicatessens, que eram nossos maiores clientes", aponta.
Para buscar amenizar a crise, a indústria agora busca outros nichos de mercado, que não eram abrangidos antes. A Terra Pampa está investindo em e-commerce, buscando novas regiões consumidoras como o Norte do Rio Grande do Sul, a Serra, Litoral Norte e, até mesmo, mercados do sudeste, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Segmento em expansão na região, a vitivinicultura , enquanto se beneficiou das adversidades climáticas que preocupam produtores de outros segmentos, também sofreu perdas econômicas com a crise que veio na esteira do coronavírus.
Proprietária da vinícola Peruzzo, Clori Peruzzo explica que a estiagem, que ocasionou perdas nas safras de arroz e soja, foi fator determinante para garantir a qualidade do vinhedo neste ano. "A estiagem chegou em um momento em que as uvas já estavam amadurecendo. Então ao contrário (dos outros segmentos do setor rural), melhorou a qualidade da uva. Temos uma safra de excelente qualidade", relata.
Contudo, mesmo com a qualidade da produção da uva, houve diminuição da quantidade produzida. "Mas isso se deve a um outro fator, que é a deriva do 2-4D (herbicida agrotóxico utilizado em plantações de soja)", aponta.
Já as restrições impostas ao comércio com a chegada da pandemia ao estado foram agravantes para as preocupações dos vitivinicultores. "Aqui na vinícola, por exemplo, a venda de vinhos no varejo terminou porque estamos fechados. Até estamos vendendo com entrega à domicílio, mas é uma quantidade bem menor. Tivemos um grande prejuízo nas vendas, entre 70% e 80%", ressalta.
Inclusive, outro setor ligado intimamente a vitivinicultura, o enoturismo, sofreu impactos diretos. Toda a programação de visitações e celebrações, como as atividades em comemoração ao Dia do Vinho, de 22 de maio a 7 de junho, foram canceladas. "Foi um prejuízo para toda a região porque envolvia diversas vinícolas e empresas. Agora estamos pensando em marcar as atividades para outubro ou novembro, mas ainda não definimos nada", adianta.

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