Esportes
Em meio à pandemia, Daiane Bagé permanece em São Paulo
Referência do futebol feminino bajeense, a zagueira Daiane Menezes Rodrigues, 37 anos, conhecida como “Daiane Bagé”, segue em São José dos Campos (São Paulo), onde atua pelo clube que leva o mesmo nome da cidade. Com o futebol totalmente parado, em virtude do surto do coronavírus, a jogadora tem aproveitado o período para ganhar ainda mais tempo na recuperação da lesão sofrida há um ano e meio, quando precisou fazer um revestimento da membrana do joelho.
Em fevereiro, Daiane tinha retomado, gradualmente, os treinamentos com bola. Inclusive, havia uma possibilidade de retorno, aos jogos, no segundo semestre. Porém, com a parada ocasionada pela pandemia, pouco se sabe quais serão os reflexos dentro da organização do futebol feminino que tem recursos e estrutura bem abaixo do que é oferecido para clubes do futebol masculino do cenário nacional.
Enquanto isso não se decide, Daiane se concentra em atividades paralelas ao futebol. Atualmente, é responsável por um estabelecimento comercial em São José dos Campos. Por essa razão, não voltou para passar em Bagé, na sua terra natal, o processo de distanciamento social. “O futebol feminino parou em todo o mundo, assim como os outros esportes. Ainda estou no São José, mas, devido à pandemia, as atividades pararam. Estamos com orientações de treinos, principalmente quem está se recuperando de lesões, que é o meu caso. Assim que isso passar, voltei aos treinos, pois eu estava evoluindo”, destacou a zagueira à reportagem do Jornal MINUANO.
Em relação às consequências no cenário brasileiro do futebol feminino, Daiane reconhece que os impactos poderão ser grandes. Entretanto, ela prefere analisar a situação na sociedade como um todo, e não somente num setor. “Ainda está tudo muito indefinido, pois não sabemos quando isso irá passar. Não há previsão de retorno dos treinos e competições. Esperamos que essa pandemia passe logo porque pode afetar, e muito, o esporte, assim como já vem afetando muito os outros empregos do Brasil e no mundo. Que possamos nos apegar cada vez mais a Deus e pensar mais no próximo”, finaliza.
Histórico da zagueira
Vinculada ao São José dos Campos (SP), a atleta fez parte de uma geração que colocou a seleção brasileira entre as principais do mundo, conquistando medalha de ouro nos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro (2007); vice-campeonato na Copa do Mundo da China (2007); prata nas Olimpíadas de Pequim (2008) e participação nas Olimpíadas de Londres (2012).
No entanto, desde 2013, tem lidado com sucessivas lesões. A primeira foi o rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho direito. Em abril de 2017, Daiane teve a mesma lesão, só que no joelho esquerdo. E, em outubro de 2018, quando retornava ao ritmo ideal, teve uma situação bem anormal: rompimento de um pedaço da cartilagem do joelho.
Desde então, a zagueira bajeense passa por processo de recuperação e ainda não tem como estipular o futuro da carreira. O primeiro passo foi a realização de uma cirurgia, em fevereiro de 2019, em São Paulo. A demora para o procedimento ocorreu devido à necessidade da busca de uma nova membrana para implantar no joelho, no lugar da parte que estava solta a cartilagem. Ou seja, ocorreu um processo de reconstrução. Se o cenário for favorável nos próximos meses, Daiane pode voltar a jogar ainda em 2020.