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Cidade

Um amplo resumo do enfrentamento da Covid-19 em Bagé

Publicada em 02/05/2020
Um amplo resumo do enfrentamento da Covid-19 em Bagé | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Município conta com 30 casos confirmados

Neste sábado (2), completam-se 44 dias em que Bagé vive o processo de distanciamento social, provocado pelo surto de Covid-19, o novo coronavírus. Com 29 casos confirmados até o fechamento desta edição (o 30° foi registrado posteriormente), os abalos foram tão fortes na rotina dos moradores da Rainha da Fronteira que os holofotes de todo o Rio Grande do Sul se direcionaram, inicialmente, para a cidade, que não vivia um impasse tão grande desde a Gripe Espanhola de 1918.
No cálculo de contaminados em relação ao número de habitantes, durante vários dias, Bagé tinha índices maiores até mesmo que Porto Alegre e outras capitais brasileiras. Por outro lado, os gestores públicos locais, tanto do município quanto do Estado, agiram rápido e decretaram o processo de distanciamento social, assim que houve a confirmação do caso zero.
Fora o aspecto preventivo, o isolamento também permitiu que o poder público elaborasse uma estratégia para que conseguisse atender uma alta demanda de pacientes contaminados, em caso de proliferação massiva do vírus. Foi assim que os gestores abriram o Hospital de Campanha, conseguiram novos respiradores e avançaram no ramo das pesquisas.
Para o mês de maio, os responsáveis por combater à pandemia entram numa nova fase, que consiste na aplicação de pesquisas e testes rápidos, o que vai garantir uma maior eficácia no diagnóstico do vírus, visto que, quantos testes forem feitos, mais noção terão, os gestores e técnicos que estão na linha de frente. E por se tratar de uma nota etapa, o Jornal MINUANO traz, na edição de hoje, um breve panorama de como desenvolve-se o Covid-19 na cidade e o trabalho de intervenção realizado pelo poder público.

O marco zero

O ponto de partida do trabalho do município ocorreu no dia 19 de março, numa quinta-feira à tarde. O prefeito Divaldo Lara; o secretário de Saúde, Mário Mena Kalil, e o coordenador regional de Saúde, Ricardo Necchi, concederam uma coletiva de imprensa, confirmando os dois primeiros casos de coronavírus em Bagé. Um deles era o traumatologista Jorge Moussa, provedor da Santa Casa de Caridade, que teria sido contaminado após uma viagem ao Rio de Janeiro. E o outro também era vinculado à Santa Casa.
O que tornou Bagé um caso peculiar foi o fato do vírus ter iniciado dentro de um hospital, justamente onde deveria ser um ponto de refúgio. Por essa razão, Divaldo determinou, naquela tarde de quinta-feira, pelo fechamento dos estabelecimentos comerciais e que, até uma segunda ordem, a população fosse para casa.
Naquela mesma quinta-feira, no final da tarde, a prefeitura publicou o primeiro decreto municipal com as regras e orientações de como funcionaram as atividades no município, durante o período de distanciamento social. Nessa primeira fase do surto, apenas alguns tipos de atividades permaneceram sob funcionamento: supermercados, farmácias, clínicas de atendimentos e postos de combustíveis. Poucos dias depois, foram integrados os setores de barbearias e agropecuárias.
Todas as atividades, obviamente, com regime diferente. Os postos de combustíveis e supermercados, por exemplo, permaneciam abertos até as 20h de sábado. No domingo, permaneciam fechados. No dia 15 de abril, com a aplicação de novo decreto municipal, estas duas atividades voltaram a abrir aos domingos, porém, com horário diferenciado, das 8h às 13h.
Naturalmente, a economia da cidade sofreu fortes impactos. Alguns setores foram diretamente afetados com a crise. Comerciantes e autônomos tiveram grandes abalos. Já no setor alimentício, os reflexos foram menores, visto que o distanciamento gera um aumento natural no consumo de alimentos e os demais setores envolvidos, como a venda de gás de cozinha. 
Em meio a esses 44 dias completados de distanciamento social, a Páscoa foi um dos feriados que teve abalos com a restrição econômica. Quem produz chocolate caseiro/artesanal precisou adaptar-se a realidade do momento para que as vendas de 2020 não ficassem tão abaixo do previsto. O feriado de Páscoa também teve queda brusca na rodoviária. Num comparativo com o mesmo período, em 2019, a circulação de viagens intermunicipais baixou em 80%, conforme apuração feita pelo jornal MINUANO, com funcionários da estação rodoviária bajeense.

Cidade se torna contaminante

Ao longo dos dias novas confirmações iam surgindo na Rainha da Fronteira. Tinha dias que até três infectados eram confirmados pelo Centro de Operações Emergenciais (COE), órgão responsável pela contabilização e monitoramento dos exames feitos para infecção de Covid-19.
O trabalho dificultou um pouco mais quando Bagé passou a transmitir o vírus para outras cidades. Como todos já sabem, a origem da infecção da coronavírus na cidade aconteceu dentro da Santa Casa, que atende dezenas de municípios da Metade Sul do Estado. Ou seja, quantas pessoas de outros municípios poderiam ter tido contato com o vírus?
Dois casos foram confirmados nesse contexto. O primeiro foi uma mulher de 48 anos, natural de Dom Pedrito, e que esteve em Bagé, no dia 12 de março, para realização de uma consulta médica. No dia 15, começou a apresentar os sintomas compatíveis ao Covid-19. No dia 19, foi divulgado que o médico que atendeu a pedritense estava contaminado pelo vírus. Dia 20, a mulher foi submetida à coleta e, no dia 25, teve o resultado atestado como positivo.
Felizmente, passado o período de isolamento social, a pedritense já é considerada curada. Tanto que, na metade de abril, ela concedeu, publicamente, um relato das sensações que são causadas pelo vírus. “Quando os sintomas chegaram, foi realmente um ataque ao meu organismo. Eu estava bem, sem sentir nada. Repentinamente, começaram os calafrios, dor de garganta, dor no corpo e desânimo. É preciso falar sobre a dor de garganta, ela é muito forte, incômoda demais. É como se algo estivesse cortando a garganta por dentro. É o incômodo mais intenso, mas, ao menos, em mim, durou menos de 24 horas. Outra coisa que vale salientar é o intestino, que ficou muito mais acelerado, não chega a ser uma diarreia, mas bastava me alimentar. Por menos que fosse e, em minutos já estava no banheiro. Com o passar dos dias, os sintomas foram ficando mais leves, tanto que no dia que soube da possível contaminação, achei realmente pouco provável, pois já estava com sintomas há cinco dias e sempre evoluindo para a melhora”, destacou a paciente, em reportagem publicada pelo Jornal Minuano, no dia 15 de abril.
Já o segundo exemplo de “exportação” do vírus atingiu o ortopedista pelotense José Raymundo, conhecido, popularmente, pelo trabalho desempenhado como médico do Brasil de Pelotas. O profissional veio a Bagé no dia 8 de março, para realização de dois procedimentos cirúrgicos, na Santa Casa de Caridade.
Logo após ter sido diagnosticado com Covid-19, Raymundo tinha adotado isolamento domiciliar. Entretanto, ao longo dos dias, a situação agravou-se e o médico precisou ser encaminhado para a capital e ser submetido ao processo de entubação, para melhorar os níveis de oxigênio no corpo. Por essa razão, foi necessária a transferência para o Hospital Moinhos de Vento.
Conforme ultima divulgação feita do seu quadro clínico, Raymundo permanece internado na UTI do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Recentemente, passou pelo procedimento de traqueostomia. Também foram realizados exames de imagem (tomografia e ressonância magnética). Para que acordasse, as medicações de sedação foram suspensas. Porém, felizmente, a diretoria do Brasil de Pelotas, que tem sido responsável por divulgar o quadro clinico de Raymundo, relata que o médico respondeu a estímulos externos e que pôde comunicar-se, de forma mais efetiva, com a equipe médica e familiares presentes. Raymundo segue com auxílio de ventilação mecânica, porém, seu estado clínico é considerado o melhor desde que foi internado.

Barreiras sanitárias, toque de recolher e Força Nacional

No decorrer dos dias, a contaminação do coronavírus passou a ser comunitária. Em meados de abril, o prefeito Divaldo Lara tomou duas medidas mais drásticas. Em três pontos de acesso à cidade, a prefeitura adotou o procedimento de barreiras sanitárias, cujo propósito era a desinfecção de todos os veículos que entrassem ou saíssem de Bagé. A ação, articulada pelo município, contou com o apoio do Exército Brasileiro.
Paralelo a isso, a prefeitura também adotou o toque de recolher, das 22h às 6h. A medida visou evitar aglomerações tardes da noite que pudessem contribuir para a circulação do vírus na cidade. A fiscalização do serviço ganhou reforço no dia 2 de abril, quando chegaram a Bagé 31 agentes penitenciários da Força Nacional dos Agentes Penitenciários. Ao todo, são 28 homens e três mulheres. Além de trabalharem na área externa do Presídio Regional de Bagé, os profissionais também foram autorizados a atuarem nas ruas da cidade.

Hospital de Campanha

Bagé ganhou um aporte ao combate do coronavírus quando o Corujão – prédio pertencente à Fundação Attila Taborda (FAT) – foi disponibilizado para funcionar como o Hospital de Campanha. O espaço é composto por 50 leitos, instalados em quartos duplos, com piso lavável e estruturas sanitárias e de higienização adequadas a uma unidade de saúde. Para que fosse aberto, foi necessária uma articulação para parceiras junto à comunidade, com a doação de camas e colchões, além e roupas de cama e banho para a unidade.
Assim, o Hospital de Campanha somou-se ao serviço que já era oferecido pela Santa Casa, no enfrentamento ao Covid-19. A partir disso, os gestores tiveram discernimento que o município estava preparado para o momento que Bagé atingisse o pico de pacientes infectados com o vírus.

Cinturão de Monitoramento

Com os recursos garantidos na saúde pública e a segurança nas ruas, Bagé pôde partir para uma nova etapa, que é denominada de Cinturão de Monitoramento. A ação consiste na realização de 3,2 mil testes rápidos que serão testados na população. Dos 29 casos confirmados de coronavírus, até o final da tarde desta sexta-feira (1°), 25 deles foram de pessoas que moram no centro, e somente quatro que residem nos bairros. Então, a ideia é de que a checagem seja descentralizada.
A Unipampa também desenvolverá uma pesquisa, através do Sistema do IBGE. Os profissionais irão selecionar 40 setores do município em quatro fases que ocorrerão a cada quinzena, quando 400 pessoas serão testadas durante dois dias, somando 1,6 mil testados. Serão 20 agentes na ação, com apoio de técnicos em enfermagem e enfermeiros.
E com base nos números da pesquisa, Bagé poderá articular quais serão os próximos passos para enfrentar o Covid-19. Logo, tomar as medidas necessárias para que o município se recupere o mais breve possível dessa pandemia.

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