Este evento, que durou alguns anos, ficou marcado. Provavelmente seja o maior ato de crueldade da história, pelos motivos, números finais e, principalmente, pelos procedimentos usados.
Isso tudo, é claro, é passado. Existem até museus para relembrar tal evento. Mas eu me pergunto o que aquele sujeito faria se simplesmente, para concretizar seus planos, ele precisasse não fazer nada. Bastasse que enfiasse seus ditos inimigos, criado de ódios pessoais, em guetos apertados e periféricos e observasse tudo acontecer, com sardônicas brincadeiras ao se pronunciar ao público.
Será que aquele sujeito faria isso? É provável. Ele não tinha compaixão com a vida humana ao aplicar seu Ciclone, de letra B. Ele chegava ao gabinete, e imagino eu, olhava para um de seus funcionários de alto escalão e falava: "Hjalmar, pode comprar mais", e o funcionário ia lá e comprava.
Sequer tenho certeza que o rapaz se chamava mesmo Hjalmar, mas devia ser este seu nome, e se fosse, certamente esse tipo de funcionário sempre se preocupa com dinheiro, tem certa fixação bancária. Imagino que ele varasse noites em claro calculando e calculando. "O que os acionistas dirão?", mas a ordem veio e ele precisava cumprir. Neste sentido, de cifra sobre cifra, no custo total da operação, o tal funcionário chegaria a passar vergonha tal a quantidade de dinheiro gasto com o tal Ciclone.
Se vivos estivessem, e ainda bem que não estão, olhariam para exemplos presentes e salivariam, apesar de se sentirem enciumados com o trabalho realizado pelos atuais descendentes de sua índole. "Veja, Hjalmar. Veja como é fácil. Ele não precisa fazer nada".