Fogo Cruzado
Collor pede desculpas por bloqueio da poupança realizado há 30 anos
Por meio de uma sequência de publicações em sua conta no Twitter, o ex-presidente da República e atual senador por Alagoas, Fernando Collor, do Pros, pediu desculpas pelo bloqueio de parte do saldo de cadernetas de poupança e contas-correntes durante seu governo, em 1990. Collor afirmou que a 'decisão foi dificílima' e que a medida foi tomada para tentar conter a hiperinflação, que chegava a 80% ao mês.
Como parte do Plano Collor para estabilização da economia, uma medida provisória limitou os saques a 50 mil cruzeiros, moeda que substituiu o cruzado novo. O valor é equivalente a R$ 18 mil reais hoje. A promessa do governo à época era desbloquear o restante do dinheiro em um ano. O senador contou que sabia dos riscos envolvidos na decisão, mas afirmou que o Brasil estava 'no limite' e explicou que combater a inflação era seu principal objetivo.
"É chegado o momento de falar, com ainda mais clareza, de um assunto delicado e importante", escreveu o senador. “Acreditei que aquelas medidas radicais eram o caminho certo. Infelizmente errei. Gostaria de pedir perdão a todas aquelas pessoas que foram prejudicadas pelo bloqueio dos ativos", escreveu em sua conta no Twitter.
Primeiro presidente eleito após a redemocratização, Fernando Collor tomou posse em março de 1990 e renunciou à Presidência da República em dezembro de 1992, na reta final do processo de impeachment. Ele foi eleito senador por Alagoas em 2006 e reeleito em 2014. Há 10 anos, Collor lamentou a decisão em entrevista à Rádio Senado.