Segurança
Investigação aponta que autor de assassinato na Sete agiu para quitar dívida com droga
A Polícia Civil divulgou, na manhã de sexta-feira (22), os resultados da investigação que culminou na prisão preventiva do acusado pelo homicídio de Jonathan da Rosa Gomes, 23 anos, registrado na madrugada de segunda-feira (18), na avenida Sete de Setembro, em frente a Praça de Esportes.
Conforme o titular da Delegacia de Polícia Regional, Luís Eduardo Benites, assim que a morte foi constatada, a 2ª Delegacia de Polícia Civil (2ª DP) iniciou o trabalho, com coletas de informações, oitivas de testemunhas e recolhimento de imagens do fato. Isso desde a madrugada, visto que, no dia, a Brigada Militar foi acionada por volta das 0h20min. "A partir desse fato, já iniciou a investigação, inclusive, acionando a equipe de investigação da 2ª DP, que acompanhou o caso até a tarde de quinta-feira, quando foi preso, preventivamente, o autor", relata.
Mudança na linha de investigação
No início da investigação, a titular da 2ª DP, Carolina Funchal Terres, afirma que o trabalho apontava que o crime seria passional. Até cogitou-se uma resolução do delito, contudo, a hipótese foi descartada após os policiais constatarem que era falsa a postagem feita de um indivíduo nas redes sociais, dizendo que era autor do fato. Segundo ela, não passou de uma "brincadeira de mau gosto".
As investigações prosseguiram e, na tarde de quinta-feira, detectaram o acusado. Com apoio da Brigada Militar, alcançaram o autor do fato, que foi reconhecido pelas testemunhas. O suspeito foi levado até a delegacia e teria confessado o crime. Entretanto, o depoimento abriu uma nova margem para investigação.
O motivo é que ele afirmou ter cometido o crime, por ordem de uma terceira pessoa. E em troca, teria quitada uma dívida de drogas que possuía com o mandante. Com base no fato, o Judiciário deferiu pela prisão preventiva. O acusado, por sua vez, foi encaminhado ao Presídio Regional de Bagé (PRB). "Agradeço, também, ao Ministério Público, pela rapidez ao proferir o parecer. E também ao Exército, que foi nosso parceiro. Trata-se de mais um homicídio esclarecido", ressalta.
Rumos serão pela busca do mandante
Agora, o trabalho será identificar quem foi o mandante do assassinato. Segundo a delegada, o autor negou-se a dizer o nome, alegando "preservar pela vida". Ou seja, o inquérito ainda não foi concluído. "Não sabemos, ainda, quem é o mandante, mas, com certeza, foram terceiros. Não fechamos o indiciamento porque o inquérito ainda não foi concluído. Por isso, ele foi preso preventivamente. Agora, vamos procurar apurar quem é o mandante. Em último caso, fechamos o inquérito com a autoria do homicídio. O acusado teme muito pela vida, alega que se ele falar o nome, vai acabar sendo morto", contextualiza.
Sobre essa dívida que o autor do homicídio tinha com terceiros, Carolina conta que ele afirmou, por meio de depoimento, que tinha pego a droga para vender, porém, acabou consumindo-a. Daí, a origem da dívida. Então, surgiu a proposta do assassinato como forma de quitação. "Agora, se o mandante teria ou não relação com a menina (namorada), iremos apurar. Temos mais uma linha aberta de investigação. Porém, no momento, não podemos divulgar", afirma.
Elucidação de casos
Ao todo, foram quatro dias para que o autor fosse detido. Na avaliação de Benites, a ação foi rápida e demonstrou o trabalho de apuração de inquéritos em Bagé. "Cabe ressaltar que a Polícia Civil tem o compromisso de elucidação desses crimes. As investigações de homicídios afetam outras áreas da criminalidade, como o tráfico de drogas e delitos que envolvem prostituição. O pano de fundo na maioria desses crimes começam a partir dos crimes de mortes. E temos tido, na região, um percentual de elucidação de praticamente 100% dos homicídios. Isso tem contribuído para que não tenhamos um aumento significativo dessas mortes. Inclusive, serve de padrão para estabelecer num ranking se a cidade é mais ou menos violenta. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelecem um padrão de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes. Só não conseguimos eliminar o crime em si porque isso é oriundo de uma realidade social que existe", argumenta.