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Empresas se adaptam e descobrem novo nicho de mercado durante a pandemia
Novos tempos exigem novas ações. Essa parece ter sido a máxima dos últimos três meses, em que os brasileiros têm lutado para se adaptar à uma realidade que parece ter saído diretamente do cinema. Em um momento em que grande parte da população mantém o isolamento social como forma de combater a propagação da covid-19, as empresas tiveram que se adequar à esta nova demanda, que transformou uma simples ida ao mercado em uma experiência virtual.
As primeiras ações das autoridades, principalmente o isolamento, pegaram os empresários brasileiros de surpresa. A maioria ainda não estava adaptada a atender a demanda de milhares de clientes em isolamento social. Desta forma, rapidamente surgiram algumas alternativas paliativas, que foram sendo refinadas e, hoje, já mostram que o próprio consumidor também se adaptou e mudou sua forma de fazer compras, talvez de maneira definitiva.
A rede Supermercados Nicolini foi uma das primeiras da região a apresentar uma solução temporária para os clientes. Já nos primeiros dias de isolamento social, a empresa divulgou o telefone de uma das sete lojas da cidade, que estaria recebendo pedidos de compras via WhatsApp para entrega em domicílio.
Contudo, a procura foi bem maior que o esperado e, logo em seguida, todas as lojas do Nicolini em Bagé foram inseridas no processo de compra virtual, através do aplicativo de mensagem. A mesma medida também foi implantada em lojas da rede em outros municípios, como Dom Pedrito e Pelotas. "Começou de forma bem simplificada, com as pessoas mandando a lista pelo Whats, nós separamos os produtos e entregamos", conta o diretor de relacionamento da rede, Selmo Dias.
A aceitação às novas formas de compras fez com que a rede agilizasse um projeto antigo: o e-commerce ou supermercado virtual. A ferramenta possibilita a escolha dos produtos, inclusive com foto e descrição, através do site da empresa. Os produtos são divididos em setores, para facilitar o acesso, e mantém os mesmos preços e promoções das lojas físicas. "No site está disponível todo o mix de produtos da maior loja da rede em Bagé, que é a Monsenhor. E tem sido um sucesso! A pessoa está em casa, descansada, tranquila e escolhe tudo que precisa pelo site", resume.
Os pedidos feitos até as 18h são entregues no mesmo dia e as compras acima de R$ 150 contam com entrega gratuita. Por enquanto, o e-commerce só está funcionando em Bagé. De qualquer forma, os pedidos através do WhatsApp seguem sendo recebidos. "Ainda atendemos pelo WhatsApp, mas a tendência é que as pessoas migrem para o e-commerce, que é mais fácil e prático", explica.
Outra grande rede de supermercados da região, o Peruzzo também teve de se adaptar ao mundo com coronavírus. E a aceitação das novas ferramentas de compra foi tamanha que já garantiu a continuidade dos serviços pós-pandemia. As informações repassadas pela gerência de marketing da empresa relembram que, logo no início do isolamento, a rede apresentou aos clientes uma central de televenda. Os pedidos eram recebidos tanto por telefone quanto por WhatsApp, prezando pela qualidade no atendimento.
Com a diminuição do fluxo de compras nas lojas físicas, consequentemente houve adesão das compras via central de vendas, principalmente entre clientes de grupos de risco para a covid-19. Com o passar do tempo, a nova ferramenta exigiu melhorias por parte do supermercado, a fim de atender a demanda crescente. Assim, foi criada uma equipe com gestão específica para as televendas. "Não é só receber o pedido do cliente. Temos todo um cuidado e atenção na separação do pedido, para que receba em segurança na casa em espaço curto de tempo", destaca a gerente de marketing da rede, Gabriela Dias.
Além disso, a rede prepara para o próximo mês a inauguração de uma central telefônica para agilizar ainda mais o serviço e fortalecer o setor de televendas.