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Cloroquina e hidroxicloroquina estão em falta nas farmácias de Bagé
Entre os medicamentos mais testados para utilização no tratamento do novo coronavírus, a cloroquina e hidroxicloroquina estão em falta nas farmácias de Bagé. O uso dos remédios, que haviam sido suspensos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por uma questão de segurança, voltou a ser estudado pelo órgão, na semana passada. Em Bagé, segundo apurado pelo JM, a procura por ambas as medicações aumentou.
Conforme a farmacêutica de uma rede, Jessica Boer, no início da pandemia, houve o aumento da demanda e as pessoas passaram a procurar a medicação. Ela explica que o medicamento está em falta nas distribuidoras, desde 30 de março, quando foram liberados os testes. “Até as pessoas que necessitam o medicamento para outras enfermidades estão com dificuldade para conseguir”, salienta.
Em outra rede, a dificuldade é a mesma. Segundo o atendente Hamilton Oliveira, aumentaram os pedidos e a procura, mas não há remédio disponível. Ele explica que as pessoas que precisam da medicação para outros tratamentos acabaram prejudicadas pelo uso indevido, que ocasionou o "sumiço" nas distribuidoras. “Acredito que somente os hospitais podem fornecer”, comenta.
A funcionária de uma farmácia, Elisa Navarrina Veleda, diz que, desde início da pandemia, as pessoas procuram, mas não têm o medicamento em seu estoque. “A venda é somente com prescrição médica”, enfatiza. Além disso, em uma das redes, o remédio era vendido por R$ 86,70, entretanto há outras marcas genéricas, mais baratas.
Desde março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enquadrou a hidroxicloroquina e a cloroquina como medicamentos de controle especial. A medida é para evitar que pessoas que não precisam provoquem um desabastecimento no mercado. A falta dos produtos, se ocorrer, pode deixar os pacientes com malária, lúpus e artrite reumatoide sem os tratamentos adequados.
A Anvisa recebeu relatos de que a procura pela hidroxicloroquina aumentou depois que algumas pesquisas indicaram que este produto pode ajudar no tratamento da Covid-19. Apesar de alguns resultados promissores, não há nenhuma conclusão sobre o benefício do medicamento. Ou seja, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus.
Como ficam os pacientes que já precisam do medicamento?
Os pacientes que já fazem uso do medicamento poderão continuar utilizando sua receita simples para comprar o produto, durante o prazo de 30 dias. A receita será registrada pelo farmacêutico, que já está obrigado a fazer o controle do medicamento no momento da venda.
A nova categoria significa que o remédio só poderá ser entregue mediante receita branca especial, em duas vias. Médicos que fazem a prescrição de hidroxicloroquina ou cloroquina já devem começar a utilizar este formato.
A hidroxicloroquina já estava enquadrada como medicamento sujeito à prescrição médica. Com a nova categoria, a venda irregular pelas farmácias é considerada infração grave.