Cidade
Diretor do Daeb confirma possibilidade de término do racionamento
Depois de um racionamento de mais de dois meses, com 12h e, em determinado momento, de 15h de desabastecimento devido à estiagem, as chuvas que chegaram em maio e junho podem mudar o cenário em Bagé. A última precipitação foi bem volumosa, segundo informações do Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb), chegando em torno de 90 milímetros. Até sábado, a autarquia contabilizou a Sanga Rasa com quatro metros abaixo do nível, o Piraí com 0,60 centímetros aquém e a Emergencial cheia.
De acordo com o diretor geral da autarquia, Marcio Pestana, esses níveis, principalmente da Sanga Rasa, são ideais para um abastecimento de 24h. Ele explica que a tendência, neste momento, é que Bagé saia do racionamento, mas, nesta segunda-feira, haverá uma reunião da comissão de enfrentamento à estiagem para avaliar a situação do racionamento em Bagé. “A decisão será do prefeito Divaldo Lara”, disse.
Pestana salienta que, para calcular os níveis das barragens, são realizadas três medições distintas. Uma na Estação de tratamento de Agua (ETA), uma no Piraí e uma na Sanga Rasa. Ele enfatiza que a Sanga Rasa é abastecida somente por precipitação, já o Piraí e a Emergencial recebem contribuição de outras bacias. “Até sexta-feira, registramos de 120 milímetros no acumulado no mês de junho”, frisou.
O diretor lembra que existem previsões de novas precipitações no mês e que o Daeb tem buscado subsídio junto ao Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento do Estado (DRHS) já manifestou, junto com a Emater, que, entre julho, agosto e setembro pode ter um efeito La Niña, com volumes maiores de chuva no município.
Conforme o diretor, todo o estudo está sendo realizado pela comissão formada por servidores do Daeb e apenas um engenheiro contratado, com experiência, que passaram por outras estiagens. Esse comitê, segundo o diretor, tem o dever de subsidiar o diretor geral, bem como ao prefeito, com dados técnicos informando o volume de água e quanto tempo dura. “Subsidiamos o prefeito com dados técnicos e ele fará a avaliação; se acaba o racionamento ou diminui o tempo de abastecimento”, ressalta.
De acordo com Pestana, uma das funções da comissão, quando foi criada, em abril, foi que a autarquia não detinha muito histórico das últimas estiagens, com dados de procedimentos e informações sobre racionamento. “Agora, a comissão tem planos de ação para futuras estiagens e todo o histórico irá ficar para a autarquia”, comenta.
A comissão também deliberou sobre a contratação de um estudo de batimetria, que garante todos os níveis das barragens, dizendo em que momento se encontra e o que tem de água acumulada, para que o Departamento possa calcular o estoque de água. “O estudo está feito, e é eterno. Ele não muda. Instrumento de gestão”, frisa.