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Escritora Edy Lima é a grande homenageada da Semana de Bagé

Publicada em 18/06/2020
Escritora Edy Lima é a grande homenageada da Semana de Bagé | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Escritora e jornalista nasceu em Bagé em 1924

Em 96 anos de vida, os primeiros 17 foram passados em Bagé. Foi na cidade que nasceu e viveu até sua juventude a escritora Edy Lima, autora da série de livros infantis iniciada com o clássico "A Vaca Voadora". A autora será a homenageada deste ano, durante a Semana de Bagé, em celebração aos 209 anos da Rainha da Fronteira. 
Nascida em 1924, ela deixou a cidade durante a adolescência, aos 17 anos. Contudo, retornou algumas vezes à Rainha da Fronteira em visita, mas nunca mais morou aqui. Ainda assim, guarda com carinho as recordações da época. "Minha lembrança de Bagé é de infância, adolescência, brincadeiras, escola. Comecei a escrever ainda pequena, mas não falava sobre esse assunto. Frequentava muito as livrarias da cidade. Em uma delas, o dono contou, através da neta dele, que gostava de me ver, ainda criança, escolher livros, examinando e lendo alguns trechos como fazem os adultos", recorda.
Apesar de ter deixado a cidade há quase 80 anos, ela conta que a terra natal sempre foi muito presente em suas obras, através de suas influências e referências. Inclusive, Bagé é o cenário de sete narrativas de sua obra A Quadratura do Círculo. "Tem total influência da terra natal nas obras. Nada mais forte que a infância, que se mantém presente em tudo que faço, embora não seja regionalista", aponta.
Ela conta, ainda, que mantém poucos laços na cidade, em função do tempo e da idade avançada. "Embora eu carregue Bagé comigo, as pessoas que conheci já deixaram de existir". Mesmo assim, não deixou de se emocionar ao saber-se homenageada durante a Semana de aniversário de Bagé. "Estou muito honrada e agradecida. Obrigada por tudo".
Amiga de Quintana e Monteiro Lobato
Ao sair de Bagé, Edy permaneceu durante um tempo em Porto Alegre, onde atuava como repórter da Revista do Globo. Na capital gaúcha, fez parte da cena cultural local, cujo expoente era Mário Quintana. O poeta, inclusive, foi amigo particular de Edy e para ela escreveu poesias, a próprio punho, que ainda hoje ela guarda.
Depois de algum tempo, após troca de correspondência com um escritor de sua preferência, Monteiro Lobato, foi incentivada a se mudar para São Paulo pelo autor de "As Reinações de Narizinho" e os demais clássicos que compuseram a fábula do "Sítio do Pica Pau Amarelo". O escritor, aliás, ofereceu auxílio à bajeense na procura por residência e emprego.
Uma entrevista com Edy publicada pelo jornal Estadão, em 2009, reproduziu trechos da carta de Lobato, a quem a jovem escritora havia encaminhado textos de sua autoria: "Muito boa a sua literatura inicial, reveladora de excelentes dotes que poderão ir longe, se devidamente cultivados (...) Mandei ver as pensões de freiras e fui informado de que a melhor é a de Santa Monica (...) Faça-se humildezinha, porque essas tais damas católicas são umas pestes (...) Depois de assegurados o teto e a comida, venha - e aqui cuidaremos do resto. Esse resto depende da impressão de sua pessoa sobre os prováveis ou possíveis patrões, e de conversa, porque é conversando que as creaturas (sic.) se entendem."
Chegada em São Paulo, na década de 1940, trabalhou no Jornal de São Paulo e no Diários Associados, onde por duas décadas foi editora de um caderno feminino, onde buscava sempre publicar assuntos considerados, então, de vanguarda, incentivando a independência feminina. O tema também permeou suas demais obras, mesmo o clássico A Vaca Voadora, cujas personagens centrais geralmente são mulheres independentes e à frente do seu tempo.
Também se destacou como integrante do Teatro de Arena, onde escreveu A Farsa da Esposa Perfeita, sucesso de crítica e de público dirigida por Augusto Boal. No final da década de 70 foi uma das roteiristas da novela Como Salvar meu Casamento, da extinta TV Tupy.
Atuou nas adaptações de clássicos da literatura para o público infantil Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho, de Lewis Carroll, Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
Com mais de 50 livros publicados, grande parte voltada ao público infanto-juvenil, já venceu o maior prêmio literário brasileiro, Jabuti, além de também ter sido premiada pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo e pelo Serviço Nacional de Teatro.
Celebração
A secretária de Cultura e Turismo de Bagé, Anacarla Oliveira, explica que a homenagem tem o objetivo de valorizar os talentos da terra. No ano passado, o escolhido da Semana de Bagé foi o artista plástico Danúbio Gonçalves. Neste ano, buscou focar na literatura: "A Edy tem uma contribuição imensa na área da literatura e estamos contentes de poder fazer essa homenagem em vida para ela", destaca.
A programação da Semana de Bagé em homenagem a Edy Lima é promovida pela Secretaria de Cultura e Turismo, com atividades desenvolvidas através da Casa de Cultura Pedro Wayne e CDE Odessa Macedo em diferentes segmentos, desde exposições até exibições online da vida e obra da homenageada.
O projeto Falando em Arte, com o ator, diretor de teatro e ex-secretário de Cultura, Sapiran Brito, também irá lançar luz sobre a obra da autora. "O Sapiran, que é um grande conhecedor da obra dela e amigo pessoal, vai gravar um vídeo sobre o trabalho e a contribuição de Edy Lima para a cultura, o que vai ajudar bastante para que os bajeenses conheçam um pouco mais sobre ela", diz. Ele foi, inclusive, o responsável pela montagem teatral da "A Farsa da Esposa Perfeita” em Bagé.
Apesar da homenagem oficial acontecer durante a Semana de Bagé, de 10 a 17 de julho, algumas atividades do projeto poderão ser conferidas antes. De 7 a 31 de julho, composições de desenhos, pinturas e técnicas artesanais, feitas por professores e alunos do CDE Odessa Macedo com temática da obra de Edy Lima, estarão expostas para visitação na Casa de Cultura Pedro Wayne.

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