Segurança
Com baixos índices de criminalidade, Bagé não entra no programa RS Seguro
Pela segunda vez, Bagé não entrou no programa RS Seguro, que ampliou o número de cidades priorizadas pelo projeto de 18 para 23. Segundo o delegado regional de Polícia Civil, Luis Eduardo Benites, a Rainha da Fronteira apresenta índices 'muito bons e baixos' de criminalidade. “Um dos critérios para entrar no programa é o número de homicídios. Bento Gonçalves, que entrou no programa, teve, no ano de 2019, 60 homicídios, para 120 mil habitantes. Bagé, que tem 120 mil habitantes, teve 12 mortes violentas”, comparou.
Benites destaca que atribui os baixos índices devido à elucidação e autoria esclarecida dos crimes. "Quando conseguimos elucidar e esclarecer os autores, cria-se a sensação de que não ficarão impunes, fazendo com que se diminuam os crimes. É um trabalho que as delegacias realizam de instauração de procedimentos e entrega ao poder judiciário, tendo também apoio das denúncias do Ministério Público", complementou.
O RS Seguro – Programa Transversal e Estruturante de Segurança Pública – terá ampliado seu foco territorial para o combate à criminalidade e a implantação de políticas sociais preventivas. O grupo de municípios priorizados no planejamento de ações, que até então reunia os 18 onde havia se concentrado os maiores índices de criminalidade entre 2009 e 2018, vai agregar cinco outras cidades: Bento Gonçalves, Cruz Alta, Farroupilha, Ijuí e Lajeado. O anúncio foi realizado nesta semana, em videoconferência do vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, com prefeitos das cinco cidades.
A partir dos resultados alcançados em 2019, que encerrou com os menores indicadores criminais da década, o comitê executivo do RS Seguro qualificou os critérios técnicos para a escolha dos municípios a serem priorizados, de forma a refletir o cenário mais recente da criminalidade no Estado. “Depois do sucesso em intensificar o combate ao crime nos municípios que concentravam os maiores índices de violência da última década, queríamos avançar com essa estratégia naqueles em que a violência se faz mais presente no contexto atual. Isso vai nos permitir dar respostas mais incisivas nos locais onde os homicídios ainda estão em nível elevado”, explicou o vice-governador, aos prefeitos durante a videoconferência.
Para isso, foram realizadas três simulações de ranqueamento pela incidência de crimes violentos letais intencionais (CVLI). A primeira manteve os critérios da pesquisa que selecionou os 18 municípios iniciais, mas reduziu alguns parâmetros. Os períodos observados foram 2010 a 2019 (últimos 10 anos) e de 2015 a 2019 (últimos 5 anos), e a população mínima considerada foi reduzida de 65 mil para 60 mil moradores. O ponto de corte da média anual de mortes violentas baixou de 50 para 25 mortes, e o critério da taxa de vítimas para cada 100 mil habitantes também foi diminuído, de 30 para 25.
A segunda simulação usou esses mesmos critérios reduzidos, mas também encurtou os períodos avaliados, analisando apenas dados de 2018 a 2019 somados (últimos dois anos) e os do ano passado isoladamente (último ano). Por fim, a terceira também utilizou esses dois períodos mais recentes (2018 a 2019 somados – últimos dois anos – e os do ano passado isoladamente – último ano), mas selecionou somente os municípios em que as taxas de CLVI para cada 100 mil habitantes fossem superiores às médias do Estado nos últimos dois anos (2018-2019: 21,1 mortes para cada 100 mil habitantes) e no último ano (2019: 18,4 mortes para cada 100 mil habitantes).