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Esportes

Afinal, a Divisão de Acesso será viável?

Publicada em 11/07/2020
Afinal, a Divisão de Acesso será viável? | Esportes | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Jogos com portões fechados impactam diretamente nas receitas

No momento, dizer que se voltar futebol será com portões fechados é a mesma coisa que dizer que se joga com bola. Na quinta-feira, o Governo do Estado autorizou o retorno do Gauchão para 23 de julho, após análise de um protocolo elaborado pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF), composto por 20 páginas. São várias as obrigações que os clubes devem cumprir caso queiram retomar as atividades e, consequentemente, as competições. Os clubes envolvidos poderão treinar a partir de segunda-feira (13), desde que haja aval das prefeituras locais.
E diante de tantas exigências que são necessárias, a fim de preservar a saúde de todos e condições sanitárias nos ambientes, clubes da Divisão de Acesso e da Terceirona terão condições de cumprir? Por mais que sejam competições diferentes, os riscos e a proteção sanitária são os mesmos do Gauchão. Ou seja, a tendência é de que o protocolo para que essas competições possam ser retomadas teriam uma linha de raciocínio igual ou semelhante a da série A.
Para ajudar a sanar essa dúvida, o Jornal MINUANO apresenta alguns tópicos que estão inseridos no protocolo. Além disso, também traz informações de um levantamento feito pelo jornalista Tiago Nunes, responsável pelo portal Peleia F.C, de como seriam, na prática, as adequações na rotina diária das equipes, com as regras que regem, atualmente, o modelo de Distanciamento Controlado no RS.

Principais medidas do protocolo

- Equipes deverão se deslocar em dois ônibus para o estádio. Somente 31 pessoas em cada delegação
- Atletas, comissão técnica e demais profissionais dos clubes serão testados duas vezes (50 exames por rodada), preferencialmente no reinício dos treinamentos e na fase final da preparação. Isso inclui maqueiros, gandulas e profissionais da imprensa
- As quatro equipes envolvidas nas finais do turno serão testadas novamente. Se tiver finalíssima, o processo se repetirá com as duas equipes
- Atletas ficarão, preferencialmente, em acomodações individuais (hotéis) ou, no máximo, dois atletas por quarto. Em clubes do interior, chegam a ter três ou mais por quarto.
- Limite de 50 profissionais em cada jogo (25 nas áreas da competição e 25 nas funções administrativas)
- Coletivas com duas horas, no máximo, apenas com treinador das equipes. Um jornalista da FGF contará com um número de WhatsApp, previamente distribuído aos veículos de imprensa, receberá uma pergunta por cada meio de comunicação e repassará aos treinadores.
- Apenas um repórter da emissora que contém os direitos de transmissão trabalhará na beira do gramado. As demais terão que cobrir mediante imagens de TV fora do estádio.

Muito gasto e pouca arrecadação

Para os clubes que disputam a Divisão de Acesso, a principal fonte de arrecadação é a bilheteria. E com portões fechados, os gastos com a realização de uma partida não deixam de existir. Por mais que para muitos torcedores, o futebol seja um lazer de final de semana, para quem se envolve, é uma atividade econômica que, por sinal, movimenta muito dinheiro e empregos no Brasil. Por isso, a discussão é muito mais ampla.
Mas aonde se quer chegar? Diferentemente do Gauchão, não há uma receita de TV na Divisão de Acesso. Até tentou se emplacar um serviço de streaming, nas três primeiras rodadas. O plano era de R$ 19,90 mensais e metade do valor seria repassado ao clube do coração que o usuário mencionasse durante o cadastro. Contudo, não há informação concreta que o serviço retornará. E também dá para levar em conta as perdas de arrecadação que os clubes do interior tiveram com patrocinadores, quadro de associados e vendas de produtos. Então, se não há receita, como sanar as despesas com os jogos? E nem se aprofundou, no assunto, a constante realidade de atraso de salário que jogadores enfrentam, infelizmente, no interior.

Impasse com as bandeiras

Saindo do aspecto arrecadatório, também é preciso salientar a incerteza com o sistema de bandeiras, que integra o modelo de Distanciamento Controlado no RS. Já são nove rodadas realizadas e, na última, nenhuma região ficou na bandeira amarela, que a única que permite treinamentos coletivos. Na laranja, somente treinos físicos, com 25% da capacidade dos elencos. E vermelha e preta, atividades esportivas estão proibidas. Se a Divisão de Acesso tivesse que ser retomada neste momento, nenhum clube estaria autorizado a treinar, visto as cores de bandeiras em que estão submetidas às cidades que possuem equipes representantes.

Viagens, hotéis, alojamentos e testes

O levantamento elaborado pelo Peleia F.C elucida claramente como seria a rotina dos clubes do interior para jogar dentro das exigência sanitárias atuais. No momento, conforme o portal, viagens intermunicipais são realizadas com 50% das poltronas das janelas e 25% dos assentos no corredor dos veículos fretados. Isso nas regiões com bandeira laranja. Na bandeira vermelha é 50% da capacidade de todo o veículo.
Levando em conta o número de pessoas que integram uma delegação, os clubes teriam que contratar dois ônibus para viagens. E convenhamos, quem costuma acompanhar o dia a dia dos clubes já visualiza dificuldade para pagar viagens com um único apenas. Muitas vezes, o transporte intermunicipal somente é viável mediante parcerias com a prefeitura, como já ocorreram algumas vezes na dupla Ba-Gua. E sem fonte de arrecadação com portões fechados, de onde se tirará dinheiro? Investidores, por exemplo, obviamente, também recuaram na movimentação de suas finanças.
Para viagens longas, e até mesmo em cidades próximas, há o serviço do hotel. É evidente que o descanso e uma concentração bem feita fazem toda a diferença no aspecto físico. Normalmente, clubes costumam dividir o elenco de duas a três pessoas por quarto. Hoje, conforme apurado pelo Peleia F.C, há estabelecimentos em regiões de bandeira vermelha com apenas 40% dos quartos. Em beira de estrada sobe para 75%. Na bandeira laranja é 50% dos quartos e 100% em beira da estrada.
Em relação aos alojamentos, é comum, no interior, jogadores residirem no próprio estádio. As refeições geralmente são oferecidas por um funcionário e o almoço, com buffets, por um patrocinador. E aí, vem à tona um dos protocolos para retorno dos clubes do Gauchão: "Atletas ficarão, preferencialmente, em acomodações individuais (hotéis) ou, no máximo, dois atletas por quarto".
Por fim, há a exigência das rodadas de testes para covid-19. Levantamento do Peleia F.C também aponta que, só na Divisão de Acesso, levando em conta as três primeiras rodadas, os elencos dos 16 times tinham 40% de jogadores fora do RS. No total, são mais de 600 profissionais, entre jogadores, funcionários e membros de comissão técnica. Se há dificuldade para cumprir os compromissos que foram acordados ainda no primeiro semestre, terão forças cumprir os protocolos e sanar, sem atrasos, as despesas do segundo semestre?
Obviamente, como torcedor, todos sentem falta das noites de quarta-feira e tardes de domingo. Porém, o aspecto de lazer é apenas uma pequena parte do compromisso que envolve o futebol, seja com trabalhadores e com a saúde de todos que o acompanham ou que usam como fonte de renda para sustentarem suas famílias. Por isso, que a discussão precisa ser mais ampla, entre "querer" e "poder". É claro que, como em tudo nessa pandemia, diariamente, o quadro está passível a alteração. Mas, no momento, a situação é essa.

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