Cidade
Pode faltar bicicletas até o final do ano
A venda de bicicletas explodiu em todo mundo devido à pandemia do novo coronavírus. O aquecimento do setor se reflete em Bagé, que, aliás, pode ficar sem o equipamento disponível no comércio até o final do ano. Mudança de hábitos, receio de usar o transporte público durante a propagação do vírus, academias com o mínimo de clientes e esportes coletivos proibidos fizeram da bicicleta uma das alternativas mais buscada para a prática física e até mesmo como locomoção. Algumas lojas especializadas já sentem a falta de alguns produtos de reposição e outras têm tido dificuldade em repor o estoque.
De acordo com o dirigente do Clube Audax, Heron Regert, a procura por bicicletas, em Bagé, cresceu em torno de 40%. Ele explica que o aumento não é tão grande como em grandes centros e até fora do país, visto que ainda não há segurança nas ciclovias bajeenses para utilizar o transporte para o trabalho.
Regert salienta que o lazer e a recreação são os principais fatores do crescimento. Também relata que, por se tratar de um esporte ao ar livre, se torna uma excelente opção para a família. O ciclista destaca que houve um crescimento no setor de manutenção das bicicletas, mas a empresa, que trabalha no ramo, está com dificuldade de conseguir peças e até reposição de equipamentos. “A maioria dos produtos são importados e as fábricas estão com uma procura muito grande e com poucos funcionários para suprir a demanda”, destaca.
Em outra loja que comercializa produtos esportivos de todos os tipos, a bicicleta já está em falta e sem perspectiva de recebimento de novos produtos. Conforme o gerente, Murilo Cabreira Marques, a empresa não tem estoque e vai repondo de acordo com a demanda, mas como as fábricas não estão conseguindo produzir em larga escala, há dificuldade de adquirir o produto. “Notamos que, além do ciclismo, há um crescimento de materiais para corrida, que são esportes que dá para fazer com a família”, comenta.
Em outra casa especializada na venda de bicicletas, o proprietário, Adilson Kilca, ressalta que pode faltar o veículo até o final do ano. Ele registrou um aumento de cerca de 40% e já sente falta de algumas mercadorias. “Não estamos conseguindo repor, visto que a maioria das peças é importada. A previsão de entrega é para 2021”, adianta.
Para Kilca, além do lazer e locomoção para o trabalho, o aumento do uso do equipamento se deve à conscientização das pessoas. “A bicicleta ajuda a manter a saúde e também melhora o fluxo do trânsito na cidade”, relata. O empresário enfatiza que houve um aumento, também, na venda de motos, já que o serviço de tele-entregas está auxiliando neste momento de pandemia.