Esportes
Com Guarany no páreo, Divisão de Acesso volta à pauta nesta sexta-feira
A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) fará, nesta sexta-feira, mais uma rodada de negociação com os 16 clubes da Divisão de Acesso. Com tendência que seja no período da tarde, o encontro virtual é mais uma tentativa para que as equipes entrem num consenso para retomada ou cancelamento.
A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) fará, nesta sexta-feira, mais uma rodada de negociação com os 16 clubes da Divisão de Acesso. Com tendência que seja no período da tarde, o encontro virtual é mais uma tentativa para que as equipes entrem num consenso para retomada ou cancelamento. O desgaste é notório, visto que faz mais de cinco meses que a competição está paralisada e, até o momento, não houve uma definição. Enquanto isso, jogadores, comissões técnicas e funcionários dos clubes esperam, ansiosos, por uma resposta, e o calendário se encurta cada vez mais. Vale lembrar que foram realizadas apenas três rodadas e são necessárias mais 17 datas (11 na primeira fase e seis nos mata-matas) para que a competição seja encerrada.
Até a semana passada, os bastidores indicavam um cancelamento da Divisão de Acesso, visto todas às dificuldades financeiras já contextualizadas para cumprimento dos protocolos sanitários. Além disso, também há o fato da falta de renda, pois é certo que os jogos seriam com portões fechados. No entanto, há quem pense que encerrar a temporada, agora, seria ainda pior. E um dos clubes que integra este movimento é o Guarany.
Conforme definido em reunião na semana passada, os clubes interessados em jogar deviam apresentar, até ontem, um protocolo para retorno dos treinamentos e um documento da prefeitura local autorizando as atividades. Nesse quesito, quatro equipes buscam a retomada: Guarany, Glória de Vacaria, Brasil de Farroupilha e Inter de Santa Maria. Por sua vez, 12 times querem o cancelamento. Entre eles, o Bagé. Até o fechamento desta edição, o alvirrubro ainda não tinha enviado a documentação necessária.
Porém, mesmo que estes quatro clubes tenham enviado a documentação dentro do prazo, a Divisão de Acesso ainda terá dificuldades para ser realizada. A reunião de sexta-feira passada contou com participação do diretor jurídico da FGF, Carlos Schneider. E ele deixou claro que, para o campeonato voltar, todos devem concordar. Caso contrário, os clubes favoráveis até poderiam jogar, mas sem acesso ao Gauchão e rebaixamento para a Terceirona.
Em 2021, competição começaria em maio
Em virtude do Campeonato Brasileiro se estender até fevereiro de 2021, o Gauchão iniciará somente em março. E a intenção do presidente da FGF, Luciano Hocsman, é realizar a Divisão de Acesso somente após o término do Gauchão, o que ocorreria entre final de maio e início de junho. A manifestação foi feita em recente entrevista fornecida para o Peleia F.C, do jornalista Tiago Nunes.
Se isso acontecer, os clubes poderiam contar, desde o início, com atletas que tenham atuado na primeira divisão. Assim, com as competições distribuídas no calendário, o futebol no interior estaria sempre em atividade, gerando empregos.
Por outro lado, a ideia de Hocsman lançou a seguinte reflexão: se a Divisão de Acesso for cancelada, em 2020, os clubes correriam o risco de ficar mais de um ano parado. E isso também poderia trazer sérios prejuízos para manutenção das atividades. Por essa razão, o debate sobre o retorno do futebol, no interior, é complexo.
Liberadas atividades em regiões amarela e laranja
Outra informação que pode exercer influência nas negociações a respeito da Divisão de Acesso foi a recente decisão publicada pelo Governo do Estado. Desde segunda-feira (17), o governo gaúcho autoriza a realização de competições esportivas e treinos de atletas profissionais e amadores em regiões que estão com bandeira amarela ou laranja.
Nas competições esportivas será permitida a presença de 50% de trabalhadores, sem participação de público, desde que haja autorização do município onde o evento acontece. Nos clubes sociais e esportivos, estão permitidos treinos coletivos de atletas profissionais (exclusivamente) e a presença de 25% dos trabalhadores, sempre sem público. O atendimento individualizado de atletas amadores fica restrito ao espaço mínimo de 16 metros quadrados por pessoa. Agora, tudo dependerá das condições epidemiológicas das 15 cidades envolvidas, caso a Divisão de Acesso retorne.