Cidade
Com conclusão de Estação de Bombeamento, Bagé poderá ter 80% do esgoto coletado e 60% tratado
No último dia 14, foi assinado o contrato para a retomada da construção da Estação de Bombeamento de Esgoto (EBE). Após concluída, a estrutura irá permitir o tratamento do esgoto do município, algo em torno de 60% do esgoto tratado e 80% do esgoto coletado, alimentando, assim, a Estação de Tratamento de Esgoto de Bagé. A obra, com orçamento total superior a R$ 4 milhões, iniciou em 2007 e, desde então, diversas paradas no serviço foram registradas. A previsão, agora, é de finalização em sete meses consecutivos.
De acordo com as informações repassadas pelo setor de Projetos do Departamento de Água, Arroios e Esgotos de Bagé (Daeb), o projeto completo compõe um sistema de esgotamento sanitário, executado em três etapas. A primeira etapa é composta por uma rede interceptora; já a segunda etapa por uma Estação Elevatória de Esgotos ou Estação de Bombeamento de Esgotos (EBE) e a terceira etapa é composta por uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE). A obra foi possibilitada com recursos do Ministério das Cidades e contrapartida do Município, geridos pela Caixa Econômica Federal.
O empreendimento, após a conclusão, beneficiará diretamente em torno de 30 mil pessoas, que terão os seus esgotos tratados. Além disso, também haverá redução significativa da carga poluidora dos arroios Bagé e Gontan, beneficiando o meio ambiente da região e todas as áreas abrangidas pelas obras. Isto também reflete, diretamente, na despoluição da bacia do Rio Negro, consequentemente o efluente que adentra o país vizinho, o Uruguai.
Como funcionará o sistema?
Na primeira etapa, foi instalada a rede interceptora de esgoto margeando os arroios Bagé e Gontan, em uma extensão de rede de 9.370 m, com a finalidade de coletar os esgotos das redes existentes no centro da cidade antes que estes cheguem aos arroios. Através dos interceptores, os esgotos coletados deixarão de poluir os arroios e serão conduzidos por gravidade (caimento natural do terreno) até as obras da segunda etapa.
A obra dos interceptores está 100% concluída. Os nove trechos de travessias que faltavam foram concluídos esse ano e somam uma extensão de mais 273,80 m aos já executados 9.370m.
Na segunda etapa, foi iniciada a Estação de Bombeamento de Esgotos (EBE), com emissário de recalque e extravasor, próximo cruzamento (trevo) com a avenida General Mallet (BR 473). A EBE tem a finalidade de conduzir os esgotos, por bombeamento, através do emissário de recalque, de uma cota mais baixa para uma cota mais elevada, ou seja, até o local onde está localizada a Estação de Tratamento de Esgotos.
De acordo com as informações do Departamento, a obra está com a parte civil praticamente concluída, faltando somente conclusão da chaminé de equilíbrio e os acabamentos e execução da parte elétrica, hidráulica, emissário de recalque e o extravasor.
"A conclusão dessa obra é de fundamental importância para o funcionamento do sistema como um todo, pois as redes dos interceptores que coletam o esgoto e a Estação de Tratamento que irá tratar esse efluente, estão totalmente concluídos, faltando unicamente a Estação Elevatória, que complementa o sistema fazendo a conexão das redes com o tratamento" explica a equipe técnica do Daeb, em material encaminhado através da assessoria de imprensa da autarquia.
Já a terceira etapa conta com a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), que foi finalizada em 2014, que tem a função de tratar o esgoto e devolvê-lo aos arroios dentro dos índices estabelecidos pelos órgãos ambientais. O tratamento previsto é através dos processo de tratamento biológico do tipo lodos ativados com aeração prolongada. Os esgotos sanitários nas etapas do tratamento preliminar passarão por uma grade média, uma caixa de areia e uma calha parshall.
As etapas do tratamento biológico estarão constituídas por um tanque cuja aeração prolongada permitirá a remoção de matéria carbonácea, a nitrificação e a desnitrificação. A separação da massa de sólidos suspensos (fase sólida) da fase líquida ocorrerá no decantador final. Os lodos decantados serão recirculados para o início dos tanques de aeração e seu excesso retirado para sua secagem em leitos de secagem. O lodo desidratado será disposto em aterro sanitário licenciado ou depois de analisado e apto, poderá ser utilizado na agricultura.