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Técnicos pleiteiam reestruturação do calendário do futebol do interior

A pandemia trouxe grandes abalos no calendário do futebol brasileiro. As consequências disso respingarão em 2021, com o atraso para início de algumas competições. O Gauchão, por exemplo, começará somente em março, em razão do Brasileirão encerrar somente em fevereiro. E, a partir disso, a intenção da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) é de que a Divisão de Acesso comece somente entre maio e junho, mais precisamente após o término da série A gaúcha.
Caso essa expectativa se concretize, os clubes que disputam o Acesso ficariam mais de um ano parados. Acontece que a competição teve somente três rodadas realizadas até a parada originada pela pandemia, em março. Sem sucesso numa tentativa de retorno, ela foi oficialmente cancelada na semana passada. O longo tempo de portas fechadas podem trazer sérios prejuízos financeiros. Por essa razão, já começa a criar corpo um movimento, com lideranças do futebol do interior, incluindo o ex-jogador e técnico Rinaldo Lopes Costa (Badico), em busca de uma reorganização do modelo de competições.
Há um estudo em fase de elaboração. Contudo, pode-se antecipar que uma das ideias é formatar um calendário que contemple, no mínimo, 10 meses de trabalho para jogadores, treinadores, integrantes de comissões técnicas, funcionários e demais pessoas que sobrevivem financeiramente do futebol do interior. O planejamento é direcionada para as equipes que não fazem parte de nenhuma divisão nacional. Além de Badico, também integram o movimento os técnicos Fabiano Borba, Cristian Souza, Fabiano Daitx e Paulo Porto.
Para setembro, a intenção é que outras pessoas se juntem ao movimento, a incluir jogadores, dirigentes, profissionais da imprensa, FGF, e demais setores envolvidos com o futebol. "A Federação Gaúcha de Futebol nada mais é que uma representante dos clubes. Ela não teria finalidade nenhuma se não existisse os clubes. E não há uma situação de igualdade com os clubes da Divisão de Acesso e Terceira Divisão. Estamos elaborando um projeto, mas a ideia é levá-lo para o debate, com profissionais do futebol e da imprensa, para que todo mundo possa acrescentar algo, corrigir, criar uma ideia unificada, de modo que os clubes possam ter uma condição de se estruturarem", argumenta Badico.
Para que um calendário mais extenso se torne viável, Badico reconhece que as competições precisam ser atrativas. Essa é outra discussão que entrará na pauta. Antes de iniciar a Divisão de Acesso, a FGF fez um repasse de R$ 60 mil para os 16 clubes participantes. Com o cancelamento, a entidade colocou-se à disposição para auxiliar, principalmente no que diz respeito ao pagamento dos atletas. Porém, até o momento, nenhuma informação oficial foi divulgada, no que se refere a um novo auxílio financeiro. "Precisamos de um calendário unificado, que todos concordem, para então, buscarmos atrativos comerciais e atrairmos investidores e patrocinadores. A pandemia obrigou a discutirmos o futuro do nosso futebol do interior, que está cada vez mais difícil" finaliza.