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Região tem um dos menores índices de industrialização do Estado
Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) divulgou, sexta-feira, dia 9, dados relativos ao desempenho de uma década da indústria high-tech gaúcha, entre 2007 e 2017. A análise mostra que a indústria de transformação vem perdendo espaço na economia (PIB) do RS e do Brasil, o que também se manifesta nos postos de trabalho: o setor era responsável por 25,8% dos empregos em 2007, proporção que caiu para 21,2% passados dez anos.
Um dos dados que chamou a atenção no estudo é em relação à industrialização do Estado. Levando em conta a participação das indústrias high-tech na Estrutura da Indústria de Transformação do Rio Grande do Sul em 2013, a área que abrange Aceguá, Bagé, Caçapava do Sul, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul está em um trecho de vazio no mapa. A região apresenta menos de 8% de industrialização, ficando entre as mais baixas do RS.
O diagnóstico apontou ainda que grande parte das indústrias high-tech estão concentradas na metade norte do RS, com grandes vazios nas regiões de fronteira e em algumas áreas do centro do Estado. Em muitos casos, as atividades industriais high-tech se encontram organizadas sob a forma de arranjos produtivos locais (APLs) ou de aglomerações produtivas, com destaque para aquelas especializadas na fabricação de máquinas e equipamentos agrícolas, na produção automotiva e na indústria química.
Assim como se verifica no Brasil, os setores high-tech da indústria de transformação do Rio Grande do Sul – que têm maior intensidade de esforço tecnológico, melhores níveis de produtividade e média salarial mais elevada – tiveram redução de participação na economia.
Respondendo por 22% dos empregos das empresas de manufatura, a indústria high-tech tem importante influência nos ganhos de produtividade e no crescimento econômico do RS. De forma semelhante, a desindustrialização vivida nos últimos anos também impacta as receitas estaduais. Em 2014, a indústria de transformação respondeu por 14,6% do PIB e por 45% da arrecadação de impostos. Em 2017, a participação da manufatura no PIB gaúcho caiu para 13,9%.
A pesquisa buscou reunir um amplo conjunto de indicadores que permitisse analisar a importância e o desempenho da indústria de transformação do RS, além de se esforçar na avaliação para diferenciar os vetores estruturais, associados à competitividade das empresas, daqueles mais conjunturais, fruto da recente crise econômica do país.