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Aeroclube de Bagé completa 80 anos de atuação

Publicada em 17/10/2020
Aeroclube de Bagé completa 80 anos de atuação | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Hangar da entidade, à época da fundação

por Melissa Louçan

A sigla SIBK pode não soar conhecida aos ouvidos dos bajeenses, mas o que ela representa tem feito parte da história do município há 80 anos, como cenário de memórias de infância, sonhos de jovens e a nostalgia dos adultos. Esta é a sigla de designação do Aeroclube de Bagé, que, neste mês, completou oito décadas de história.
O nascimento da entidade foi testemunhado por cerca de 70 pessoas, os sócios fundadores, que subscreveram a ata de fundação escrita à mão, datada de 2 de outubro de 1940. De acordo com o documento histórico, a entidade foi fundada com o objetivo de "estimular a aviação civil no Rio Grande do Sul e cooperar no desenvolvimento aeronáutico nacional".

O novo voo da fênix
Assim como a mitológica ave que ressurge das próprias cinzas, o Aeroclube de Bagé tem demonstrado superação e resiliência. Após alguns anos de turbulência e de dificuldades financeiras, até mesmo com atividades suspensas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em 2017, a recuperação da entidade pode ser observada a partir de seu status atual. No momento, é a única em funcionamento na Metade Sul do Estado, após o encerramento das atividades da unidade de Pelotas. Inclusive, este fechamento rendeu a Bagé a cedência de uma aeronave, por tempo indeterminado, que poderá auxiliar na retomada dos cursos de instrução primária de piloto privado.
O atual presidente da entidade, José Antônio Jover Cosentino, eleito recentemente para a gestão do biênio 2021/2022, destaca que, nas últimas oito décadas, a entidade teve "grandes vitórias, mas também grandes percalços".
E para presentear a entidade com um futuro mais promissor, Cosentino está montando um plano para apresentar à diretoria, que poderá alavancar as atividades, a médio e longo prazo. "Estamos tentando ter uma nova face, abrir uma janela para o futuro. O projeto se chama 'Vamos Voar' e atua na captação de recursos dos simpatizantes da aviação", explica. A ideia de Cosentino é não apenas obter maior renda para manutenção da entidade, mas também captar um número maior de sócios, a fim de incentivar a formação de novos pilotos.
Já o vice-presidente da entidade, Pedro Maxwell de Quadros Silva, ressalta que, neste momento, o Aeroclube dispõe de um dos melhores cursos para aperfeiçoamento de voo - de piloto de planador. "Durante o treinamento, o piloto aperfeiçoa suas noções e habilidades de voo e quando evolui para aeronaves mais pesadas, na maioria das vezes, tem melhor desenvoltura e também gerencia melhor situações de emergência", explica.
Quadros aponta que Bagé, hoje, tem a única escola de aviação apta a ministrar o curso de piloto de planador da região sul do RS, e, futuramente, o curso de piloto privado de avião. "Durante os próximos dois anos trabalharemos fortemente para que a instituição voe cada vez mais alto e para que possamos cumprir a nossa missão e o sonho de Santos Dumont: levar o homem aos céus", finaliza.

Sonhos feitos de ar
Foi no Aeroclube de Bagé que o Comandante Fábio Salis Costa e Silva alçou os primeiros voos, literalmente. Atualmente, aos 37 anos, chefia uma importante base de aviação no Rio de Janeiro, sendo responsável pelo transporte de centenas de trabalhadores para as plataformas petrolíferas em alto mar. Mas foi no Aeroclube de Bagé que começou a sonhar alto.
Filho de militar casado com uma bajeense, o caçula de cinco irmãos desde cedo já demonstrada fascínio por aviões. E foi esta paixão que o aproximou do local que, mais tarde, seria um segundo lar. "Nas paredes do meu quarto existiam muitas fotos de aeronaves, e essas eu sabia com detalhes as suas características. Colecionava modelos e durante a escola passava desenhando, projetando e lançando aviõezinhos de papel. Foi quando um colega me convidou para ir conhecer o Aeroclube de Bagé", recorda.
Ao chegar, se deparou com um cenário fantástico, habitado por aviões, planadores, aeromodelos, hangares cheios de vida, muita tradição e um toque de nostalgia. Para Salis, o local se caracterizava como uma confraria do ar onde pilotos, aeromodelistas e entusiastas se misturavam e conversavam sobre os mesmos assuntos, em uma mesma frequência. "Eram todos apaixonados por aeronáutica e tinham prazer em dividir os seus conhecimentos e experiências. E foi ali, naquele campo de pouso, que descobri o meu verdadeiro habitat. Incrível como me sentia bem naquele lugar, e até hoje me sinto", lembra.
Após convencer o pai a investir o dinheiro da reforma das janelas de casa em um aeromodelo ("certamente foi o melhor investimento que meu pai fez na vida - ele foi o meu maior incentivador"), começou a frequentar o clube como aeromodelista, onde adquiriu conhecimentos que formaram a base de seus conhecimentos aeronáuticos. "Quando um piloto vinha pedir para voar com o meu aviãozinho a controle remoto, eu emprestava, mas exigia que depois fôssemos voar com o avião dele também, e assim eu voava de 'saco', termo utilizado nos aeroclubes se referindo a convidados que os pilotos levam para voar no banco de trás", conta.
De uma paixão da juventude, a aviação se tornou um objetivo de vida para Salis a partir do primeiro voo de planador, realizado no aeroclube. "Simplesmente espetacular, meramente indescritível. Minha vida mudou totalmente a partir daí. Passei a olhar mais para o céu, onde estive e para onde sempre desejava retornar", comenta.
Mais adiante, ingressou na instrução com aeronaves a motor. E foi no aeroclube que aprendeu a ter disciplina, planejar e preparar o voo, navegar e trabalhar em equipe. Contudo, um dia resolveu buscar novos desafios, levando na bagagem todo o conhecimento adquirido na entidade. "Meu querido aeroclube me deu asas e conhecimentos para que eu me lançasse em voos maiores. Assim o fiz, percorrendo os mais distantes rincões, propagando o seu nome e sempre retornando para descansar no ninho e reencontrar os amigos. Devido a essa conquista, sou eternamente grato a minha cidade por proporcionar uma escola de aviação que me preparou para isso. Vivo diariamente a realização do meu sonho de infância e tudo graças ao velho ninho das águias, o Aeroclube de Bagé ", destaca.
Uma trajetória semelhante de encantamento com os céus teve o empresário Sandro Medeiros Leal, 43 anos. Na infância já demonstrava curiosidade por aeronaves. E o interesse foi crescendo exponencialmente, principalmente por morar, então, próximo ao aeroclube e assistir, diariamente, pousos e decolagens no local. "Toda criança tem o sonho de voar e desde pequeno morando próximo ao aeroclube, com avião passando todo dia em cima de casa, fiquei curioso e comecei a frequentar e fui muito bem recebido desde pequeno", relembra.
Foi no local que obteve formação como piloto de planador, instrutor de planador, piloto privado, piloto rebocador e piloto comercial. A escola de aviação, inclusive, foi literalmente a casa de Leal, que morou nos alojamentos durante algum tempo.
Em 1999, saiu de Bagé para voar em outros céus e, atualmente, mora em Campo Verde, em Mato Grosso, onde mantém uma empresa de aviação agrícola há 15 anos. Mas com família em Bagé, sempre volta para visitá-los, assim como os amigos e um dos seus locais preferidos no mundo. "O Aeroclube é a minha casa, minha base, sempre foi e sempre vai ser. A maioria das minhas amizades foram feitas lá dentro. Não tem como ir a Bagé e não ir no Aeroclube", finaliza.

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