Cidade
Prefeito em exercício afirma que manter cuidado com protocolos é a única forma de evitar colapso na saúde em Bagé
por Melissa Louçan
No final da tarde de terça-feira, foi anunciado que a UTI para atendimento de covid-19, na Santa Casa de Caridade de Bagé, atingiu lotação máxima. Das oito vagas, seis estavam ocupadas por pacientes de outros municípios, encaminhados pela Central de Regulação do Estado devido à falta de leitos.
A lotação permaneceu ontem. A pneumologista Flávia Marzola, integrante da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde e profissional atuante na linha de frente na Santa Casa, informou que um paciente de Pelotas foi a óbito durante a manhã de quarta-feira, enquanto outro teve alta. Mas rapidamente essas vagas foram ocupadas por mais dois pacientes encaminhados pela Central de Regulação.
A superlotação dos leitos de UTI em todo o Estado, inclusive, é o principal motivador dos protocolos impostos pelo governador, Eduardo Leite, para evitar um colapso total na saúde pública do Rio Grande do Sul.
Prefeito em exercício, Mário Mena declarou que a adoção das medidas foi necessária, também, no município. Isto porque mesmo a maioria dos pacientes internados para tratamento intensivo na Santa Casa não sendo de Bagé, há o esgotamento da rede pública na região, já que tanto os leitos de Bagé quanto os 10 de Dom Pedrito estão superlotados.
“Por isso pedimos para a população de Bagé, mais uma vez, com todo o carinho e respeito, que até dia 2 de março dê um pouquinho mais daquilo do que já deu, de controle, de manter os protocolos, de usar máscara e álcool em gel e evitar aglomerações. Isso vai fazer com que a gente não tenha que passar por uma situação de grande estresse, de não termos onde colocar os nossos pacientes nas UTI’s, se assim precisarem”, apontou.
Durante a live de Mena e representantes do segmento da saúde e segurança, inclusive, o administrador da Santa Casa chegou a informar que os leitos clínicos de isolamento também estavam próximos de superlotação. Até a tarde de ontem, haviam 23 pacientes de Bagé internados.
A questão dos leitos de isolamento poderá ser resolvida de forma mais tranquila do que as vagas na UTI. Mena adiantou que o Hospital Universitário Dr. Mário Araújo, mantido pela Fundação Attila Taborda, deve ceder leitos clínicos para casos que não requerem tratamento intensivo. “Estamos trabalhando muito forte para aliviar a tensão. Porém, leitos de UTI não temos como aumentar porque não temos capacidade técnica e profissionais para assumir esse compromisso”, declarou.