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Memórias & Afetos

A história de uma “xicrinha”…

Em 01/02/2024 às 07:30h

por Redação JM

A história de uma “xicrinha”… | Memórias & Afetos | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Foto: Acervo Museu Dom Diogo de Souza

Entrada no Museu Dom Diogo de Souza - 2019
Xícara/Pires de porcelana, lembrança do Centenário de Bagé.
Doação: Rosália Gessinguer

 

"Fui uma criança extremamente feliz, convivia muito com meus avós maternos e vários tios e tias solteiros numa casa da zona norte de Porto Alegre. Era uma italianada que prezava o bem receber, a alimentação saudável e um sono tranquilo. Passei ouvindo histórias no dialeto Vêneto, que me transportavam até a Itália de onde vieram meus nonos! Além das histórias, muitas coisas naquela casa da rua 11 de agosto, número 87, me remetiam a um mundo de magia e sonhos. E uma dessas coisas era uma coleção de “xicrinhas” de cafezinho da minha tia Bambina. Eram xicrinhas de todos os lugares do mundo, que ela ganhava ou adquiria ( não sei de onde). A que eu mais gostava era a comemorativa ao casamento da Grace Kelly, pelo fascínio por contos de princesas.

Meus avós morreram, meus tios também, a casa da Onze foi vendida e, literalmente, tombada. Quem ficou com a coleção de xicrinhas? Eu. Na época, recém saída da universidade e começando residência médica em Cardiologia, nunca pensei em sair de POA e, muito menos, morar em Bagé, cidade que só conhecia de nome. Mas o destino quis que me estabelecesse aqui e, comigo, minha coleção de xicrinhas. E, há algum tempo, limpando uma a uma, me deparei com uma alusiva ao centenário de Bagé. Como minha tia adquiriu esta xícara? Nunca saberei. Mas decidi doar a xícara do Centenário de Bagé ao local que ela deve estar: a casa em que se conta a história deste povo que tão bem acolheu esta porto-alegrense!"

 

Texto: Rosália Gessinger

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