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Fechamento das torneiras da cacimba do Castro Alves levanta questionamentos

Torneiras foram lacradas na sexta-feira, em momento de aumento da procura por parte da população

Em 23/03/2024 às 18:44h
Melissa Louçan

por Melissa Louçan

Fechamento das torneiras da cacimba do Castro Alves levanta questionamentos | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Foto: Felipe Valduga

Com as mudanças de odor e sabor na água, percebidas pelos bajeenses nas últimas semanas - em função da proliferação de algas nas barragens, conforme explica o Departamento de Água, Arroios e Esgoto (Daeb) - muitas pessoas têm buscado alternativas para obter água.  Uma delas está localizada no bairro Castro Alves, conhecida no entorno como Cacimbão. Trata-se de uma fonte natural, utilizada como alternativa de água desde 1964 - e que, atualmente, levanta preocupações devido à falta de tratamento adequado para consumo humano.

Durante semanas, a cacimba foi local de peregrinação dos moradores, que aproveitavam para encher baldes, garrafas e galões em uma das cinco torneiras disponibilizadas. Contudo, na manhã de sexta-feira, dia 22, o local amanheceu sem torneiras, com os canos lacrados. Nas redes sociais, moradores da região lamentaram o fechamento das torneiras.

A cacimba, recentemente, foi tema de um estudo a respeito da qualidade da água, realizado pela estudante de Engenharia Química da Unipampa, Tanane Lima Barcellos Aveiro, sob orientação da professora Tânia Regina de Souza. A pesquisa, Trabalho de Conclusão de Curso da acadêmica, revelou a presença de coliformes totais e termotolerantes nas amostras coletadas. Esses dados levaram a pedidos de testes adicionais pela Vigilância Sanitária para avaliar a presença de microorganismos contaminantes, que oferecem sérios riscos à saúde. O assunto foi, inclusive, levado ao conhecimento do Ministério Público, resultando na confirmação da presença de coliformes, o que levou à colocação de uma placa informativa no local pelo Daeb. Contudo, o conteúdo da placa gerou controvérsias entre os moradores, e relatos sugerem que a placa foi removida por quem utilizam a cacimba.

“Nosso objetivo não é proibir o consumo da água do Cacimbão", esclarece a professora Tânia, que orientou o estudo sobre a qualidade da água. "O foco é avaliar sua qualidade e sugerir medidas simples de tratamento, como a adição de duas gotas de hipoclorito de sódio". Segundo ela, este produto de baixo custo é um agente desinfetante capaz de eliminar os microorganismos patogênicos, tornando a água segura para consumo humano. Tânia lamenta o fechamento da cacimba, destacando que é uma fonte utilizada há muito tempo e que apenas algumas gotas de hipoclorito de sódio seriam suficientes para continuar utilizando a água do local.

Procurado pela reportagem do Jornal Minuano, o promotor responsável pelo caso, Cláudio Rafael Morosin Rodrigues, informou que se encontra fora da cidade, à trabalho, mas deve se manifestar sobre a situação na próxima semana - inclusive sobre o fechamento da cacimba. Contudo, não confirmou se a ação partiu de uma demanda do Ministério Público. Vale destacar, contudo,  que as torneiras do local estavam instaladas em uma residência particular, ou seja, não é área pública. Portanto, independente de intervenção do Ministério Público e Judiciário, o proprietário da residência tem autonomia para retirar as torneiras. A legislação em vigor, especificamente a Portaria GM/MS Nº 888, de 4 de maio de 2021, aborda a responsabilidade da Vigilância Sanitária no controle da qualidade da água, incluindo soluções alternativas de abastecimento como o Cacimbão.

O coordenador da Vigilância Sanitária, Sérgio de Oliveira, afirmou que a questão do Cacimbão já foi abordada com as autoridades competentes. Segundo ele, o órgão já tomou medidas, incluindo a colocação da placa informativa em parceria com o Daeb, informando sobre a situação de hídrico impróprio para consumo humano, embora esta tenha sido removida.

Tradição

Nessa semana, antes do fechamento das torneiras, a reportagem do JM esteve no local e conversou com moradores, que utilizam a fonte como alternativa para o dia a dia. Moradora da rua Emílio Guilain, em frente à cacimba, Maira Machado Gomes relata que desde a infância vê as pessoas buscando água no local. Defensora da estrutura, ela conta que um vizinho, utilizando um kit de análise, fez a testagem da água e teria constatado a qualidade: “A água é puríssima e limpa, vindo de um poço escavado na pedra. O encanamento é muito antigo”, comenta. 

Maíra confirma que a placa informando que a água não era própria para o consumo foi retirada. “Toda a vida as pessoas pegaram água ali. E agora, quando a água estava com cheiro e gosto, as filas aumentaram, tendo fluxo todo o dia e até de madrugada. Se fizesse mal, pode ter certeza que muita gente já tinha até morrido com a água dali”, afirma. 

O morador do bairro Floresta, Jorge Mura, 57 anos, vive há pouco tempo em Bagé  e soube da cacimba por um amigo. Desde então, busca água no local. Ele garante que “a água é 100% natural e vale a pena”. Segundo Mura, quando a água encanada estava com cheiro e gosto ruim havia muita fila.  “É preciso ter paciência, visto que a água é fraca, mas é muito boa”, ressalta.   

Usuário da água da cacimba há cerca de 10 anos, Júlio Cesar Guardes, 54 anos, conta que tem conhecimento do local há mais de quatro décadas. Para ele, a água da cacimba é muito boa e direto da fonte. Guardes ressalta que buscava água no Santuário de Nossa Senhora Conquistadora e o local foi fechado devido à demanda. “Eu costumo tomar essa água, que é leve. Quando tem problema a água encanada, o pessoal busca alternativas”, destaca.  

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