Segurança
PF investiga prática de crimes eleitorais e desvio de recursos públicos em Bagé
Foram apreendidos aparelhos celulares, documentos, moeda nacional e estrangeira em espécie, totalizando aproximadamente 50 mil reais, medicamentos introduzidos irregularmente em território nacional, além de diversas seringas supostamente desviadas da Prefeitura.
por Rochele Barbosa
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira, dia 2, a Operação Coactum II, destinada a apurar possíveis crimes de inserção de declaração falsa em prestação de contas eleitorais, conhecido como “Caixa Dois Eleitoral”, organização criminosa e peculato, além de outros possíveis crimes contra a Administração Pública de Bagé.
Na ação, policiais federais cumpriram cinco mandados de busca e apreensão e três mandados de busca pessoal, em cumprimento a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS). Foram apreendidos aparelhos celulares, documentos, moeda nacional e estrangeira em espécie, totalizando aproximadamente 50 mil reais, medicamentos introduzidos irregularmente em território nacional, além de diversas seringas supostamente desviadas da Prefeitura.
A ação decorre da Operação Coactum, deflagrada em junho do ano passado. Com os elementos arrecadados, disse, em nota, a PF, foi possível encontrar indícios da existência de organização criminosa voltada para o desvio, a partir da solicitação e exigência, por parte de agentes públicos ocupantes de cargos na Prefeitura de Bagé, de parcela do salário de servidores municipais comissionados ou com função gratificada, prática conhecida como “rachadinha”. Ou seja, os servidores seriam obrigados a entregar parcela de sua remuneração, sob pena de exoneração.
Com o aprofundamento da apuração, a Polícia Federal obteve indícios de que essa prática ocorre desde o ano de 2017 e que, mesmo após a deflagração da primeira fase da Operação, os investigados deram seguimento ao esquema de recolhimento de contribuições forçadas. A operação foi chamada de “Coactum”, referindo-se ao caráter compulsório da contribuição.
Ao longo do cumprimento dos mandados, duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de peculato, uma na Câmara de Vereadores e outra no Centro Administrativo.
Contraponto
O JM buscou, junto à Prefeitura, um posicionamento a respeito. Contudo, a resposta do setor de Comunicação foi de que "a operação não tem a ver com a administração pública, por isso não temos nada a manifestar institucionalmente".