Cidade
Supermercados garantem abastecimento apesar de desafios logísticos
por Melissa Louçan
Logo após o início da enchente e dos bloqueios de estrada, os gaúchos correram aos supermercados para comprar itens essenciais como papel higiênico e água, temendo desabastecimento. Em Bagé, não foi diferente e, no domingo, alguns supermercados passaram a exibir avisos de limitação de quantidade de produtos.
Em nota encaminhada ao Estadão, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) afirmou que não há falta de alimentos. A entidade relata que a reposição não está completamente normal devido a problemas no transporte e a alguns locais estarem ilhados ou lojas estarem inundadas, mas que isso ocorre "a contento", em níveis adequados e capazes de garantir a presença dos produtos. Embora admitam dificuldade em repor alguns produtos, principalmente hortifrúti, empresários do setor avaliam que não há risco de desabastecimento.
Lindonor Peruzzo Jr, vice-presidente da rede Peruzzo, reforçou a questão: "Não há motivo para pânico. Mas a população tem que consumir de forma consciente", diz. Conforme conta, apesar dos bloqueios de grande parte das estradas, ainda há trajetos, mais longos, que possibilitam a chegada na região da campanha. Ele alerta que pode acontecer algum atraso, em função do caminho mais longo, mas que há garantia de abastecimento. Apenas alguns produtos pontuais, que são comprados de localidades atingidas, como morango, poderão ter escassez.
Peruzzo Jr. destacou que há alguns avisos de limitação de produto para os clientes em função da grande procura de consumidores, receosos, justamente, que falte produtos nas prateleiras. "Não há necessidade para comprar mantimentos para mais de uma semana. Fizemos isto para garantir um consumo consciente, para evitar que alguns bajeenses fiquem super abastecidos, com estoque para meses, e falte para outras pessoas", disse.
Selmo Dias, diretor de relacionamento da rede de supermercados Nicolini, explicou que foi instalado aviso de limitação de compras de produtos da linha de hortifruti, por segurança, já que, apesar de ter produção própria, também compra parte do estoque de outras regiões, o que exige deslocamento dos alimentos e pode gerar demora. "Tivemos a informação de que duas carretas conseguiram rotas alternativas e devem chegar aqui ainda hoje, mais pro final do dia. Por enquanto, não temos nada em falta e algumas estradas já estão sendo liberadas", disse. "Essas carretas que chegam hoje de noite trazem o básico . Então a gente não deve ter problema de suprimento", finaliza.