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Agosto de 1961: Bagé e o último levante gaúcho

Em 12/04/2024 às 20:39h, por José Carlos Teixeira Giorgis

A partir do próximo dia 25 de agosto celebram-se os 60 anos de um importante episódio nacional, com ativa participação dos rio-grandenses, e que registrou, também, intensa mobilização de nossa cidade: a Legalidade.

A eleição do messiânico Jânio Quadros em 3 de outubro de 1960 sobre o general Lott e Ademar de Barros animara o povo brasileiro. Como a votação para a vice-presidência era autônoma, fora reeleito o petebista Jango Goulart, que ocupara o mesmo cargo com Juscelino.

Jânio prometera limpar o país das fraudes e corrupções com sua vassoura, mas acabou se transformando em governante folclórico, que administrava com bilhetinhos e tomava decisões pitorescas, como proibir desfile de misses na televisão, biquínis nas praias, rinhas de galo e corridas de cavalo; é verdade que reconheceu a revolução cubana e condecorou Che Guevara; e fez com que Jango visitasse a China comunista, onde acabou surpreendido com a renúncia no dia 25 de agosto de 1961, ato polêmico até hoje.

Ausente o vice-presidente, os ministros militares articulam com um parlamento débil a vacância do posto máximo, logo despertando forte reação pelo restabelecimento das regras legais; e que teve em Leonel de Moura Brizola e no Rio Grande os bastiões daquele que os historiadores consideram como o “último levante gaúcho”. Aqui não seria diferente.

No dia seguinte à renúncia estudantes universitários e secundários expedem manifesto em defesa das normas constitucionais, documento subscrito pelo articulista, então presidente do Centro Acadêmico Pio XII da Faculdade de Filosofia; por Luis Fausto Vieira Teixeira, presidente do CA Visconde de Mauá, da Faculdade de Ciências Econômicas; Ivone Moraes, do CA Leonardo da Vinci, da Faculdade de Artes Plásticas; Léa Silva Ferreira, presidente da UBES; Arthur Brasil Alves, do GE do Colégio Auxiliadora; Carmen Lúcia Saraiva, do Colégio Espírito Santo; e Nelson Saraiva da Silva, do GE do Colégio Estadual.

A Câmara Municipal de Vereadores se declara em vigília cívica, discursando os vereadores Iolando Machado, José Oswaldo Jardim, Álvaro Silveira Dias, Amaro Robaina Correa, João Torrescasana e o presidente Luiz Maria Ferraz; o legislativo realiza diversas sessões diárias, em convocação permanente.

Acompanhado de várias pessoas, após visita à Prefeitura, o jornalista Octávio Hipólito organiza comício na frente da Casa do Café e depois a multidão ruma para o QG da 3ª DC, onde se transmite a confiança na atuação do exército, obtendo do general Alberto Ribeiro Paz a certeza de que a instituição será fiel à legalidade.

O prefeito Dr. João Batista Fico concita todos à vigilância; os estudantes entram em greve de advertência; Difusora e Cultura passam a retransmitir a Cadeia da Legalidade; nas obras do GE Quinze de Novembro instala-se um comitê; no local onde era o Mercado Público um serviço de alto-falantes divulga as notícias.

Funda-se o Comitê de Resistência, dirigido por Octávio Hipólito, Jorge Kurban Abraão, Elida Costa, Antonio M. Tavares, Eva da Nova, José Ferreira Cardoso, Adil Yanzer, Maria Veleda Caminha da Silveira, Luiz Carlos Médici e Rubem Bittencourt de Almeida, a que logo aderem milhares de pessoas, assinando livro de solidariedade e compromisso.

O “Correio do Sul” se engaja na luta democrática e ali se sucedem editoriais e artigos de Ernesto Wayne, João Bosco Abero e Herculano Gomes; o jornal tem suas edições esgotadas, obrigando a exposição de exemplares em cartazes, vitrines e balcões.

As mulheres bajeenses, lideradas por Clélia Abascal Pereira, Adelaide Coutinho Abascal e Anita Dias Viana, recolhem centenas de assinaturas femininas endereçam mensagem a Brizola; procedem da mesma forma mães, esposas, filhas e noivas moradoras da zona oeste da cidade, através de Diva Ferreira Brião, Enedina Albano e Adriana Rodrigues Martins, acompanhadas de dezenas; o Comitê Nacionalista Pro Lott, através de Jorge Abraão e Ademar Machado, conclamam os seguidores a garantir a posse de Jango; os servidores do DAER formam seu núcleo com Carlos Potyguara da Câmara, Enedino Fonseca Nogueira, Rubem Benjamim, Adauto Munhoz Simões, Pedro Madruga Lima, Leodegário Antonio Maria, Severino Gonçalves Medeiros e José Rodrigues Souto; o diretório municipal do PRP através de João Amico Filho se junta à resistência, como a UDN, via Dr. Camilo Gomes; o Dr. Luiz Mércio Teixeira, afirma sua fé numa solução pacífica; os reservistas da Brigada Militar, através do coronel Dormelindo de Oliveira, comunicam sua incorporação; abre-se um voluntariado na Polícia Montada local; em todos os bairros e entidades criam-se comitês; milhares compõem as forças populares inscritas; e mais; e mais.

Escrevo um livro sobre esse importante evento, em Bagé, lastreado em pesquisas feitas em jornais locais pelo jornalista Marcelo Pimenta e Silva; e teor de certidões da Câmara de Vereadores e numerosas obras sobre este histórico acontecimento.

Foram dias de que Bagé se orgulha. 

 

     

 

           

 

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