Fogo Cruzado
Lei do uniforme escolar entra na pauta da Câmara
O líder do PT no Legislativo bajeense, vereador Lélio Lopes (Lelinho), cobrou, ontem, do governo municipal, a entrega de uniformes e kits escolares aos alunos regularmente matriculados na rede municipal de ensino. Desde 2011, o Executivo é autorizado, por lei específica, a fornecer o material - o que não deve ocorrer neste ano. A manifestação do petista, porém, foi rebatida por integrantes da base.
Lelinho argumentou que a padronização, através do uniforme, representa segurança e evita o bullying nas escolas. Ao criticar a prefeitura por não ter feito a doação dos uniformes, o petista sugeriu alternativas para custear os kits. “A Câmara pode repassar parte do duodécimo (valor que sobra do orçamento), ou o Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb) pode pagar, com recursos que foram deixados em caixa”, opinou, ao destacar que as peças custariam R$ 1,8 milhão.
Antes de pedir o apoio dos parlamentares, no sentido de abrir o diálogo com o governo, o petista alfinetou. “Entristece ver que servidores da prefeitura estão usando uniformes novos e as crianças estão sem”, disse. A manifestação não ficou sem contraponto. O primeiro a rebater a posição de Lelinho foi o presidente da Casa, vereador Edimar Fagundes, do PRB. Carlinhos do Papelão e Ramão Bogado (Bocão), do PTB, também se posicionaram.
Fagundes foi enfático em seu pronunciamento, fazendo referência a informações repassadas pela administração municipal. “De fato, neste ano, não serão confeccionados os uniformes. Mas queria tranquilizar os pais. Vai ficar para o próximo ano. E sabem por quê? Porque o governo vai reformar o teto da escola São Pedro. O que é prioridade, para um pai: a roupa que o filho usa para ir à escola ou o telhado, que pode cair?”, questionou.
Carlinhos observou que, no ano passado, os uniformes não foram entregues no início do ano letivo. Em 2015, conforme destacou o petebista, o material foi entregue em junho. “Agora temos uma grande escola, que precisa de socorro”, argumentou. O líder do PR, vereador Omar Ghani, foi além, salientando, ao criticar o petista, que a legislação proposta em 2011, previa a destinação de kits para algumas escolas. “Foi através de uma emenda do então vereador Divaldo Lara que todas as instituições passaram a receber”, sustentou.