Editorial
Números negativos na véspera do Dia do Trabalhador
Em pleno dia de manifestações que varreram o País e na véspera do Dia do Trabalhador, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados que fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) sobre a taxa de desemprego no Brasil. O cenário não é nada alentador – o número de pessoas desempregadas se elevou em comparação a última pesquisa. São 14, 2 milhões de desempregados no trimestre encerrado em março, número 14,9% superior ao trimestre anterior (outubro, novembro e dezembro de 2016) – o equivalente a 1,8 milhão de pessoas a mais desocupadas. Essa foi a maior taxa de desocupação da série histórica, iniciada no primeiro trimestre de 2012. O ano de 2016 foi marcado por uma crise econômica sem precedentes na história do Brasil. Este ano começou mais otimista em relação a recuperação, porém o momento é de incertezas. Economistas acreditam que os primeiros passos da recuperação vão ocorrer somente no segundo semestre. A taxa de desemprego limita o crescimento econômico e social do País. Em meio a convulsão gerada pela reformas da Previdência e Trabalhista, onde o repúdio é total por parte da população, a pesquisa divulgada ontem pelo IBGE piora um cenário já deteriorado pela crise econômica, pela corrupção que corrói as entranhas do Brasil e pelo imenso descrédito dos políticos.