ELLAS
Tendências de moda 2020/2021
Por Janine Pinto/ Estilista colaboradora
por Viviane Becker
Antes de falarmos sobre as tendências primavera/verão 2021, gostaria de dizer que tendências são o reflexo do pensamento de um grupo de pessoas. Dito isto, ainda não temos respostas e certezas sobre o que será ou não tendência nos próximos meses, pois pensamos que alguns mercados sofreram impacto negativo durante a pandemia, que causou mudanças drásticas no universo fashion. Tudo se tornou incerto. As tendências primavera/verão 2021 se incluem neste pensamento, já que não sabemos quando a situação ficará melhor e seremos livres novamente para irmos e virmos para os lugares.
Sempre vivemos entre pessoas que pensam de maneira diferente, mas, em determinados períodos, uma reflexão em especial é adotada pela maioria e uma minoria representa o contra movimento, mas podemos observar, que, pelo menos na moda, há um número muito maior de pessoas que adotam visuais e hábitos minimalistas. Já outras, a minoria que mantêm uma espécie de pensamento de que tudo será normalizado em breve e continuam comprando da mesma forma, sem muitos questionamento acerca de assuntos que envolvem consciência, sustentabilidade e propósito.
Muitas pessoas perderam e ainda irão perder seus empregos durante a pandemia, enquanto muitas estão optando pelos serviços informais que não garantem renda fixa, portanto, o ritmo desacelerado que algumas marcas optaram por seguir é um eco da situação.
O vírus foi um verdadeiro catalisador de iniciativas e de implementação de novos hábitos: marcas reduzindo o número de coleções por ano, como Gucci e Saint Laurent, incorporando métodos e matérias-primas sustentáveis, como Balmain e Gucci, explorando maiores possibilidades e sendo mais inclusivas ao aderir a tecnologia em suas apresentações, e buscando um real propósito para existir e passando a se reformular realmente entregando seu valor genuíno para o mundo. Uma das grandes apostas para os próximos tempos, com certeza, será a sobrevivência apenas de marcas que forem inclusivas, responsáveis, conscientes e que respeitarem os três pilares básicos da sustentabilidade.
Além disso, com o ritmo mais lento que tivemos que passar para adquirir após a chegada avassaladora da Covid-19, as coisas tendem a ser mais locais: o manual e produtos originados de processos mais cuidadosos e menos massificados nos trarão a sensação de acolhimento e proximidade, dois adjetivos que consciente ou inconscientemente estarão em falta após longos meses de isolamento social. Traduzindo para o mundo da moda: lojas pequenas e autorais, assim como brechós e todas as marcas que fizerem a economia circular ou upcycling, ganharão bastante notoriedade, mas, claro, sempre deixando seus propósitos, processos e valores de forma bem transparente. Estaremos mais atentos a isso e os consumidores passarão a cobrar mais responsabilidade das empresas.
Talvez esta seja a verdadeira lição, que, passado este triste momento, possamos mudar para melhor. Até a próxima semana!