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A história emocionante do cavalo que ganhou uma segunda chance de vida

Em 06/02/2021 às 07:00h
Jaqueline Muza

por Jaqueline Muza

A história emocionante do cavalo que ganhou uma segunda chance de vida | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Ele recebe alimentação do novo donoFoto: Divulgação

Histórias de amor e companheirismo entre o homem e o cavalo são cotidianas. O cavalo esteve e está ativo nos momentos das grandes conquistas humanas, sejam elas de um país ou cidade, em tempos antigos, ou até mesmo pessoais, em tempos atuais. Foi o que aconteceu com o servidor público Maurício Silva Lacerda, 40 anos. Sua história com Joey iniciou no dia 11 de julho de 2019. O nome faz alusão ao filme Cavalo de Guerra.

Lacerda, que vive em apartamento, conta que desde pequeno sempre gostou de animais de todos os tipos, mas tinha sonho de ter um cavalo. Foi aí que Joey apareceu. Em uma visita à casa de sua mãe, que mora no bairro Getúlio Vargas, Lacerda percebeu que o cavalo, que estava em um terreno próximo, não se mexia. “Comentei com a mãe que achava que ele havia morrido. Fui lá para ver, pensando em chamar um caminhão para tirá-lo dali, pois pensava que estava morto”, relata.

Joey, que ainda não tinha esse nome, estava deitado, com a respiração muito fraca, mau mexia a barriga e tinha as patas esticadas para cima. O animal estava atado, ainda, e onde ele estava já tinha um buraco. “Nem água tinha. Estava entregue à própria sorte”, ressalta. Lacerda ficou desesperado e conseguiu ajuda de um rapaz que passava pela rua, que o ajudou a virar o animal. “Peguei um punhado de pasto e dei para ele. Comeu devagarinho”, lembra.

Lacerda também recorda que retornou à casa da mãe e pegou uma faca para cortar a corda usada para atar o animal. Conseguiu levantar o cavalo e o levou para casa, no intuito de ajudar, e depois, chamar algum órgão responsável para recolher. “Comecei a ligar para conhecidos, que têm cavalo, para saber o que fazer. Não tinha noção de nada. Fiquei desesperado”, afirma.
Enquanto procurava uma solução para Joey, o suposto dono do animal chegou ao portão. Ele conta que o homem estava armado com um faca e o ameaçou, gritando. Segundo o relato de Lacerda, o homem estava montado em outro cavalo, pequeno e muito magro. “Ele, parado no portão da minha mãe. e eu já estava com os nervos à mil”, confessa.

Lacerda estava dentro do pátio e o que o separava do homem era somente uma grade. “Ele perguntou, bem alterado, onde estava o cavalo que havia deixado no terreno”, relembra.
Conforme Lacerda, um homem se identificou como proprietário, alegando que havia ido na Unidade de Pronto Atendimento e haviam pegado o animal. “Respondi que fazia uma semana que o cavalo estava ali e que a polícia recolheu com um caminhão. Também disse que estavam atrás dele, por maus tratos. Até tentou intimidar com a faca, afirmando que iria entrar e pegar o cavalo. Aí respondi que não estava com o cavalo, mas iria abrir o portão”, rememora.

Antes, Lacerda avisou que se não tivesse cavalo iria ficar com o dele, e não se intimidou com a faca. “Eu estava muito bravo. Mas, graças à Deus, ele saiu em disparada e não apareceu mais”, relata.

Novo amigo
Depois do susto, Lacerda começou os cuidados com o novo amigo. Comprou uma capa, comida e registrou ocorrência por maus tratos. A saga de Lacerda seguiu e, na segunda-feira, registrou no cartório de crimes contra animais. “Fiz tudo certinho. Consegui um atendimento com a veterinária do núcleo de proteção aos animais. Como ele não caminhava de fraco, coloquei a capa e tapei com algumas cobertas. No domingo ele seguia agonizando e achei que iria morrer a qualquer momento. Foi horrível “, relembra.

O servidor público conta, que desse dia em diante, o animal começou a melhorar lentamente. Fez seis litros de soro com vitamina e passou vários dias deitado. O dono registrou ocorrência contra ele, alegando que havia roubado o cavalo. “Aí foi passando os dias, ele foi melhorando e eu cada vez mais apaixonado por ele”, salienta.

Após toda luta pela sobrevivência, o animal ainda precisou fazer duas cirurgias. Lacerda conta que fez promessas para o animal se salvar. Joey não era domado e tinha apenas dois anos quando foi resgatado. Era usado na carroça pelo lado de fora.

Lacerda conseguiu que o animal fosse doado para ele, e, hoje, mora no centro de treinamento Márcio Barbosa, que fica perto da cidade. “Vou vê-lo todos os dias e levo cenoura, que ele adora”, afirma. Lacerda conta que ainda falta uma audiência no Fórum, e que promete levar o Joey. “Não sei nem dizer o que sinto por ele. É uma coisa sem explicação. Quando falo dele, me emociono, choro, dou risada. Ele é como se fosse um milagre na minha vida”, define.

Ele relata que sempre dizia para a esposa que não morreria sem ter um cavalo. Agora Lacerda tem dois. Joey e a Esperança, que adquiriu em outubro de 2019. Segundo ele, a égua mancava e o antigo dono quis se desfazer. “Não manca mais. Fiz um tratamento nela, com antibiótico e massagem. Hoje ela não anda, desfila”, brinca.

Sobre seu amor por Joey, ele afirma: “Amo ele como se fosse um filho. Tiro foto quase todos os dias. Abraço e beijo. Ele parece uma criança feliz. Me agradece se esfregando em mim”, comemora.

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