Cidade
Cideja retoma debate sobre pavimentação da Rota da Produção
por Jaqueline Muza
A pavimentação da Rota da Produção, antes denominada de Transcampesina, retornou à agenda de prioridades o Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico (Cideja), que abrange Herval, Pedras Altas, Pinheiro Machado, Candiota, Hulha Negra e Aceguá. O projeto foi idealizado em 2012, contemplando a estrada que interliga os municípios pelo meio rural e possui mais de 150 quilômetros de extensão.
O prefeito de Candiota e presidente do Cideja , Luiz Carlos Folador, articula reuniões virtuais com os governos do Brasil e do Uruguai, para tratar do tema. Nesta semana, Folador, juntamente com vice-prefeito de Candiota, Paulo Brum, e a ex-vereadora de Aceguá, Liziane Jardim, que está atuando como assessora especial do presidente do Consórcio, tiveram encontro virtual com o diretor nacional de desenvolvimento do Uruguai, Federico Perdomo, e uma reunião com a diretora de relações internacionais do Ministério do Planejamento brasileiro, Silvia Drummond. “É necessário que as autoridades de ambos países (Brasil-Uruguai) tenham dimensão da importância da obra. Muito em breve iremos nos reunir com outras autoridades uruguaias, como intendentes, deputados, senadores e o presidente Lacalle Pou. Esse sonho, como costumo dizer, ligará os municípios”, disse Folador.
A elaboração do projeto técnico de execução da rodovia foi assinada em janeiro de 2016. Conforme Liziane, as tratativas estão sendo retomadas aos poucos. Ela explica que já foi solicitado à empresa responsável pelo projeto, a atualização dos custos, e, com isso, o Cideja deve buscar financiamentos e parcerias para executar a obra. “Estamos buscando alternativas, através do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata)”, pontua.
Beirando a fronteira com o Uruguai, a obra deve facilitar a vida de cinco mil famílias de pequenos, médios e grandes produtores rurais, quilombolas e assentamentos da reforma agrária. Estima-se que a pavimentação beneficiaria direta e indiretamente cerca de 100 mil pessoas. A estimativa, segundo Liziane é que o valor da obra chegue a R$ 150 milhões.
O primeiro estágio da via, que é uma extensão da RS 615, abrange um trecho da pavimentação entre o Hospital da Colônia Nova, em Aceguá, até a sede do município de Hulha Negra, compreendendo cerca de 30 quilômetros da obra.
Mobilização
A luta pelo asfaltamento da via começou no início dos anos 2000, quando a população da região elegeu a demanda como uma prioridade do Orçamento Participativo, implantado no Rio Grande do Sul pelo ex-governador Olívio Dutra. Duas décadas depois, ainda segue sendo uma esperança para a população, porque é vista como fundamental para o desenvolvimento da Região Sul e para a integração Brasil-Uruguai, e deve facilitar o escoamento da produção de uma região de alta capacidade produtiva. Além disso, facilita o acesso à saúde e educação.