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Reajuste da gasolina já está sendo aplicado nos postos de Bagé
por Melissa Louçan
Anunciado na tarde de quinta-feira, o reajuste no preço dos combustíveis nas refinarias já pode ser sentido no bolso do consumidor, desde sexta-feira, dia 19, em Bagé. Quase todos os postos consultados pela reportagem do JM já haviam alterado o valor ou estavam planejando fazê-lo até o final da tarde.
O preço nas refinarias foi para R$ 2,48 para a gasolina, com alta de 10,2%, após reajuste de R$ 0,23. O preço médio do diesel será de R$ 2,58, depois de aumento de R$ 0,34 por litro, uma elevação de 15%.
Para o consumidor final, a conta é mais alta. O preço cobrado nas refinarias da Petrobras corresponde a cerca de 33% do preço pago pelos consumidores finais da gasolina e a 51% do preço final do diesel. Isso eleva para quase R$ 6 o valor do litro da gasolina em Bagé, enquanto a média do valor do diesel é de cerca de R$ 4,80.
Vale lembrar que este é o terceiro reajuste do diesel e o quarto da gasolina desde o início deste ano, em menos de 60 dias.
Empresário do segmento, Flávio Farias Staevie destaca o momento pessimista para os postos, principalmente em função da pandemia, que afeta diretamente a economia do país, enquanto os consumidores continuam com as receitas iguais. “Isto significa que venderemos menos litros, pois as pessoas têm um valor específico em reais no seu orçamento, que continua o mesmo”, diz.
Por outro lado, o empresário aponta que é compreensível que a Petrobras tenha a necessidade de acompanhar o valor do barril de petróleo no mercado internacional, para manter- se saudável e com resultados positivos. “Em 2018 e 2019, o barril de petróleo chegou nestes mesmos parâmetros de hoje, porém a grande diferença é que hoje temos uma maior valorização do dólar”, aponta.
Sem impostos federais
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na quinta-feira (18), durante sua live semanal nas redes sociais, que o governo decidiu zerar os impostos federais que incidem sobre o gás liquefeito de petróleo (GLP) – o gás de cozinha – e o óleo diesel. A suspensão sobre o gás será definitiva. Já a interrupção na cobrança federal sobre o diesel terá duração de dois meses. As medidas foram decididas, segundo ele, em uma reunião do presidente com a equipe econômica, ocorrida durante a tarde, e passam a valer no próximo mês.
"A partir de 1º de março agora, não haverá mais qualquer tributo federal no gás de cozinha, ad eternum. Então, não haverá qualquer tributo federal no gás de cozinha, que está, em média, hoje em dia, R$ 90, na ponta da linha, para o consumidor lá. E o preço na origem está um pouco abaixo de R$ 40. Então, se está R$ 90, os R$ 50 aí é ICMS, imposto estadual, e é também para pagar ali a distribuição e a margem de lucro para quem vende na ponta da linha", disse o presidente.
No caso do diesel, Bolsonaro explicou que o corte no imposto será temporário até que o governo encontre uma forma de eliminar a cobrança de forma definitiva. Atualmente, o único imposto federal incidente sobre o GLP e o diesel é o PIS/Cofins, que é de R$ 2,18 por botijão e cerca de 35 centavos por litro do diesel, segundo informações da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A Cide, outro imposto federal cobrado sobre combustíveis, já está zerada tanto para o diesel quanto para o GLP.